"Os trabalhadores da Hanon consideram que a empresa já devia ter atualizado os salários em 2020, porque, apesar da pandemia de covid-19, continua a trabalhar normalmente, com trabalho extraordinário e com recurso a trabalhadores temporários", disse à agência Lusa Luís Leitão, coordenador da União de Sindicatos de Setúbal (USS).
O dirigente da estrutura sindical afeta à CGTP/IN falava à agência Lusa durante uma concentração de cerca de 150 trabalhadores, junto à portaria da Hanon Systems, uma fábrica de equipamento de refrigeração e ventilação, no parque industrial das Carrascas, em Palmela, no distrito de Setúbal.
Os trabalhadores, que acusam a administração da empresa de não ter procedido a qualquer atualização salarial este ano e de não dar reposta ao caderno reivindicativo que apresentaram, prometem continuar a luta com novas paralisações parciais já no próximo mês de novembro.
Segundo Luís Leitão, depois de tomar conhecimento do pré-aviso de greves parciais convocadas para hoje nos períodos 07:00/08:00 e 15:00/18:00, a Hanon tentou dialogar com o sindicato, mas a proposta que apresentou foi recusada.
"A empresa propôs-nos a atribuição de um prémio, mas os trabalhadores não querem negociar prémios, querem uma atualização salarial", justificou o sindicalista.
A Hanon Systems tinha mais de 500 trabalhadores em 2016, mas esse número tem sido reduzido e tem atualmente cerca de 400 trabalhadores.
A agência Lusa tentou ouvir a empresa, mas não foi possível.