Covid-19: FMI teme que pandemia possa atrasar investimentos 'verdes'
O Fundo Monetário Internacional (FMI) teme que a pandemia de covid-19 e a crise económica associada possa ter um efeito negativo nos investimentos ecológicos das empresas, de acordo com um documento hoje divulgado.
© Reuters
Economia Covid-19
Segundo um capítulo do Relatório da Estabilidade Financeira Mundial hoje divulgado, intitulado "sustentabilidade corporativa", a crise da covid-19 "poderia abrandar a transição para uma economia de baixo carbono".
"Olhando para episódios passados de 'stress' económico e financeiro, este capítulo conclui que maiores constrangimentos financeiros e condições económicas adversas são geralmente prejudiciais à performance ambiental das empresas, reduzindo os investimentos 'verdes' e atrasando o seu progresso em vários anos", pode ler-se no artigo.
Segundo o FMI, há a possibilidade "de que a transição para uma economia de baixo carbono poderia ficar atrasada, caso as 'cicatrizes' económicas da pandemia forem profundas".
Esses efeitos podem induzir "os agentes económicos e decisores políticos a pôr de lado ou adiar objetivos ambientais", segundo a instituição sediada em Washington.
"O aumento da incerteza económica, uma descida acentuada dos preços na energia, e vulnerabilidades no balanço das empresas pode resultar numa redução dos investimentos e da investigação em projetos 'verdes' de largo horizonte e que requerem capital intensivo", de acordo com o documento.
O FMI aponta ainda que "subsídios e pacotes de resgate económico direcionados a amortecer o impacto da crise podem abrandar a transição - por exemplo, ao apoiar empresas ou atividades não compatíveis com objetivos de médio prazo da mitigação das alterações climáticas".
"Ao mesmo tempo, a atual crise pode também ser uma oportunidade para acelerar a transição para uma economia de baixo carbono e induzir mudanças estruturais nas preferências dos consumidores e dos investidores", direcionando-os para produtos amigos do ambiente.
O FMI aponta ainda que a crise da covid-19 "não levou a um declínio sustentado no financiamento 'verde' até agora".
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