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AgriSa insta Governo a parar exploração "privada" de recursos públicos

A organização comercial agrícola AgriSA, que reúne os principais latifundiários na África do Sul, instou hoje o Governo sul-africano a parar com a exploração "privada" de recursos públicos e a criar um ambiente de negócios favorável aos privados.

AgriSa insta Governo a parar exploração "privada" de recursos públicos
Notícias ao Minuto

20:51 - 15/10/20 por Lusa

Economia África do Sul

"O Governo não deve interferir no setor privado, porque o seu papel é o de criar um ambiente de negócios favorável e não o de explorar recursos públicos para aproveitamento particular, que é o maior problema que enfrentamos neste país", afirmou Christo van der Rheede, porta-voz da AgriSA.

O responsável agrícola, que reagia em declarações ao canal de televisão ENCA sobre o novo plano de recuperação económica anunciado hoje no parlamento pelo chefe de Estado sul-africano, sublinhou que o setor agrícola "é o melhor exemplo da criação de emprego, novos mercados, boas práticas profissionais e de um país sustentável em termos de segurança alimentar".

"E quero que o Governo comece a valorizar a contribuição do nosso setor [para o desenvolvimento da economia] e que o cidadão comum reconheça que os agricultores são a sua salvação abençoada, e o papel importante que desempenham no contexto nacional e internacional", adiantou.

A agricultura foi o único dos dez principais setores económicos do país a não sofrer uma contração no segundo trimestre deste ano, de acordo com dados oficiais.

A queda recorde de 51% no PIB sul-africano foi largamente atribuída ao declínio acentuado nos setores da construção, manufatura e mineração, que registaram uma queda de atividade de mais de 70%.

De acordo com Christo van der Rheede, o governo do Congresso Nacional Africano, no poder desde 1994, deveria "parar com a obsessão ideológica de querer centralizar o controlo de tudo".

O responsável apelou também aos sul-africanos a terem "mais ponderação", em referência à crescente de tensões raciais no país, salientando que a África do Sul registou este ano uma "excelente" época agrícola, que permitiu "salvar o país de uma fome real durante o confinamento" na sequência da pandemia causada pelo novo coronavírus.

"Isto não é um combate entre negros e brancos, trata-se sim de uma luta entre criminosos e cidadãos que respeitam a lei e ordem", disse Christo van der Rheede, dirigente agrícola de descendência khoisan.

"A última coisa que queremos na África do Sul é um banho de sangue, porque é muito fácil atear fogo, mas é difícil controlar esse mesmo fogo", afirmou.

"Se isso acontecer em Senekal, terá repercussões em larga escala por todo o país, as pessoas vão começar a matar-se umas às outras e depois teremos um problema gigantesco em que poderemos acabar numa guerra civil", frisou o responsável agrícola sul-africano.

"Será que as pessoas sabem como é que começou a guerra na Síria e os conflitos que levaram ao derrube de regimes nos países africanos mais a norte [da África do Sul]?", questionou.

O brutal assassínio do jovem agricultor branco Brendin Horner de 22 anos de idade, por dois homens negros em Paul Roux, localidade próxima de Senekal, no Estado Livre, a mais de 200 quilómetros a sudoeste de Joanesburgo, agravou nas últimas semanas os episódios de violência racial no país.

Segundo um porta-voz policial, os dois suspeitos do homicídio, de 34 e 43 anos, que devem comparecer pela segunda vez na sexta-feira no tribunal de Senekal, foram presos no sábado, 03 de outubro, um dia depois de o corpo do jovem agricultor ter sido encontrado pela polícia pendurado num poste num terreno próximo da fazenda agrícola onde trabalhava como gerente.

Fonte do sindicato dos agricultores comerciais na África do Sul (TLU SA, na sigla em inglês), a organização agrícola mais antiga no país, disse hoje à Lusa que 287 ataques e 43 assassínios em fazendas agrícolas foram registados este ano.

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