Sindicalistas da Frente Comum exigiram na rua negociar reivindicações
Cerca de uma centena de dirigentes e ativistas sindicais da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública exigiram hoje ao ministério da tutela a negociação da sua proposta reivindicativa para 2021, que prevê aumentos salariais de 90 euros.
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Economia Lisboa
Os sindicalistas participaram, ao início da tarde, num Plenário de Sindicatos da Frente Comum junto ao Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública e aprovaram por unanimidade e aclamação uma resolução que entregaram de seguida à tutela.
No documento exigiram a negociação das suas reivindicações para o próximo ano, uma "efetiva e justa resposta aos problemas dos trabalhadores da Administração Pública", sob pena de intensificarem a luta.
"Este orçamento tem de ter aumento", foram algumas das palavras gritadas para mostrar o descontentamento dos trabalhadores do setor.
A ex-coordenadora da Frente Comum Ana Avoila integrou o protesto para demonstrar solidariedade para com a luta dos trabalhadores da Administração Pública.
O atual coordenador da estrutura sindical, Sebastião Santana, disse aos manifestantes que "este processo negocial não está a decorrer como os trabalhadores desejavam" porque o Governo não apresentou proposta de aumentos salariais para 2021.
"A resposta que o Governo tem para nos dar perante a nossa dedicação não passa das palmas", disse.
O sindicalista garantiu que não irão "aceitar um aumento salarial de zero".
A Cimeira de Sindicatos da Frente Comum, composta por 31 sindicatos, reuniu-se ao início da manhã para aprovar a sua proposta reivindicativa para o próximo ano, que entregou de seguida no Ministério da Modernização, durante a reunião de negociação salarial anual.
No final do encontro, a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública prometeu dar uma "reposta firme" à proposta salarial para 2021 do Governo, de "zero aumentos".
"Vamos mobilizar os trabalhadores na defesa dos seus interesses, se o Governo vai ceder ou não, a resposta dependerá dele, mas vai ter uma resposta firme dos trabalhadores da Administração Pública, perante um quadro em que propõe zero de aumentos", disse aos jornalistas o líder da Frente Comum, Sebastião Santana.
A proposta reivindicativa da Frente Comum para 2021 defende aumentos salariais de 90 euros para todos os trabalhadores e o aumento do salário mínimo para 850 euros.
Após dez anos de congelamento salarial, os funcionários públicos tiveram este ano uma atualização geral de 0,3% e aumentos de 10 euros para as remunerações mais baixas.
O Governo já admitiu que, devido à pandemia de covid-19, poderá não ser cumprido o compromisso anteriormente assumido de acréscimos salariais de pelo menos 1% em 2021.
A proposta reivindicativa da Frente Comum define ainda como prioridades a atualização do subsídio de refeição para os 7,5 euros, o descongelamento efetivo das promoções e progressões de todas as carreiras, a reposição do valor de pagamento do trabalho extraordinário e em dias feriados e a reposição dos 25 dias de férias.
A regulamentação e atualização de todos os suplementos remuneratórios, o horário de trabalho semanal de 35 horas para todos os trabalhadores em funções públicas, incluindo os que têm contrato individual de trabalho, são outras das reivindicações defendidas.
A Frente Comum pretende ainda a revogação do atual sistema de avaliação (SIADAP) e a valorização do papel dos trabalhadores da Administração Pública, com a atribuição de "relevante ou equivalente, a todos os trabalhadores, no presente ciclo avaliativo".
A estrutura sindical, da CGTP, pretende ainda que sejam eliminadas e regularizadas todas as situações de precariedade laboral existentes na função pública.
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