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Fluxos financeiros ilícitos minam confiança em África, diz ONU

O secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) considerou hoje que os fluxos financeiros ilícitos prejudicam gravemente a economia de África e a confiança nas instituições do continente.

Fluxos financeiros ilícitos minam confiança em África, diz ONU
Notícias ao Minuto

11:23 - 29/09/20 por Lusa

Economia África

"Os fluxos financeiros ilícitos roubam África e os africanos das suas perspetivas, minando a transparência e a responsabilização, e apagando a confiança nas instituições africanas", escreveu Mukhisa Kituyi numa mensagem colocada no Twitter, no dia seguinte à apresentação de um relatório sobre o continente.

O relatório divulgado na segunda-feira mostra que a saída de capitais de forma ilícita representa 88,6 mil milhões de dólares (76 mil milhões de euros), o que é quase o dobro dos fluxos colocados no continente em termos de ajuda oficial ao desenvolvimento, avaliados em 48 mil milhões de dólares (41 mil milhões de euros).

Estes fluxos que saem do continente "incluem a fuga de capitais, práticas comerciais irregulares como faturas, carregamentos comerciais e atividades criminais como os mercados ilegais, corrupção ou roubo", refere-se num comunicado hoje divulgado pela UNCTAD.

A solução, consideraram os analistas, "tem de envolver a cooperação fiscal internacional e medidas contra a corrupção", do lado da comunidade internacional, mas os países africanos "têm de fortalecer o envolvimento nas reformas fiscais e tornar a concorrência fiscal compatível com os protocolos do acordo de comércio livre".

A UNCTAD estimou na segunda-feira que o continente africano podia garantir quase metade dos 200 mil milhões de dólares (171 mil milhões de euros) de que precisa para enfrentar a pandemia se conseguisse eliminar a fuga de capitais.

"Combater a fuga de capitais e os fluxos financeiros ilícitos em África podia gerar novos fundos para responder à crise de covid-19 no continente", lê-se no relatório sobre o Desenvolvimento Económico em África 2020.

"Os países africanos precisam de angariar pelo menos 200 mil milhões de dólares para lidar com os custos socioeconómicos da pandemia de covid-19, além dos gastos de emergência em saúde", lê-se no relatório, que dá conta que "88,6 mil milhões de dólares [76 mil milhões de euros] saem do continente todos os anos na forma de fuga ilícita de capitais, que representa riqueza que sai e fica fora do continente".

Para os peritos das Nações Unidas, "manter estes fundos no continente pode robustecer a resposta à covid-19 e construir a resiliência das economias africanas no futuro".

No relatório, elogia-se que em Angola, "em 2004 e 2012, no seguimento de investigações criminais sobre corrupção e lavagem de dinheiro em Angola, este país africano e a Suíça alocaram os fundos recuperados à construção de um hospital, infraestruturas, fornecimento de água e construção de competências para a reintegração das pessoas deslocadas".

África registou mais 310 mortos devido à covid-19 nas últimas 24 horas, subindo para 35.750 óbitos, num total de 1.465.023 infetados, segundo os dados mais recentes sobre a pandemia no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas houve nos 55 Estados-membros da organização mais 5.309 casos da doença e 4.877 recuperados, para um total de 1.210.548.

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 33,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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