CGTP: Número de associados cresceu para os 556.363 em quatro anos
A CGTP comemora 50 anos na quinta-feira com satisfação acrescida por ter conseguido aumentar o número total de associados para os 556.363 nos últimos quatro anos, o que representa mais 5.863 sócios, informou fonte da central sindical.
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Economia CGTP
No seu XIV congresso, que se realizou em fevereiro, a intersindical anunciou que tinham sido conseguidas 114.683 novas sindicalizações nos últimos quatro anos, mas não divulgou o número total de sindicalizados porque não tinha na altura o apuramento líquido total.
De acordo com dados facultados agora à agência Lusa, a central sindical tem atualmente 556.363 sindicalizados, quando no XIII congresso, há quatro anos, tinha 550.500 sócios.
A CGTP é composta por 22 uniões distritais, 10 federações e 125 sindicatos.
Mas em 01 de outubro de 1970, foram quatro sindicatos que tomaram a iniciativa que iria originar a Intersindical.
Há 50 anos esses quatro sindicatos tomaram consciência de que os trabalhadores portugueses precisavam de uma organização unitária que os ajudasse a obter melhores condições de vida e de trabalho e assim nasceu a CGTP.
Os sindicatos dos Caixeiros de Lisboa, do Pessoal da Indústria de Lanifícios de Lisboa, dos Técnicos e Operários Metalúrgicos de Lisboa e dos Bancários do mesmo distrito enviaram nesta data um convite a outros sindicatos para um encontro de trabalho "para estudo de alguns aspetos da vida sindical".
De acordo com a convocatória, os temas propostos para discussão foram as convenções coletivas de trabalho, o horário de trabalho, a censura e a liberdade de reunião.
A reunião, a primeira da Intersindical, concretizou-se 10 dias depois, na sede dos Bancários de Lisboa (atual Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, da UGT) e contou com a participação de 14 sindicatos.
Do encontro resultou uma exposição sobre o direito de reunião, que foi enviada ao Governo, e a convicção de que as reuniões intersindicais deveriam continuar de forma mais alargada.
Apesar da repressão política exercida (alguns dirigentes foram presos pela polícia política), até ao final desse ano o movimento intersindical alargou-se a 21 sindicatos, incluindo o dos jornalistas, não parando de crescer até abril de 1974, altura em que já integrava mais de meia centena de organizações.
Segundo informação compilada em dois volumes sobre a história do movimento sindical, editados pela CGTP, a posição mais importante assumida neste período pela Intersindical, designação inicial da central sindical, foi o "Programa Básico", documento reivindicativo aprovado em 1971 relativo à liberdade sindical, direito de livre negociação e direito à greve.
Com a revolução de Abril, a Inter conseguiu que a Junta de Salvação Nacional declarasse o dia 01 de Maio como Dia do Trabalhador e feriado nacional.
As comemorações do 1.º de Maio de 1974 promovidas pela Intersindical ficaram conhecidas como a maior manifestação de massas realizada em Portugal.
No período pós 25 de Abril, a central conseguiu "importantes conquistas laborais e sindicais", nomeadamente aumentos substanciais dos salários, 13.º mês, um mês de férias pagas e respetivo subsídio, o Salário Mínimo Nacional, a proibição de despedimentos sem justa causa e o direito à greve.
Em agosto de 1974, a Intersindical tinha 214 sindicatos filiados, representando cerca de um milhão e meio de trabalhadores.
No ano seguinte, em que é legalmente reconhecida como Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), a central realiza o seu primeiro congresso, em que são aprovados os estatutos e as bases programáticas.
Mas foi o congresso de 1977 que ficou na história da central como o "congresso de todos os sindicatos", que levou cerca de um ano a preparar e marcou pela afirmação da unidade sindical.
Foi neste congresso que entraram para a direção os dirigentes históricos José Ernesto Cartaxo, Maria do Carmo Tavares e Manuel Carvalho da Silva, que ali se mantiveram mais de 30 anos.
Carvalho da Silva esteve na direção da CGTP 35 anos, 25 dos quais como secretário-geral.
Com 14 congressos realizados, a CGTP foi liderada por Armando Teixeira da Silva, entre 1977 e 1986, Manuel Carvalho da Silva, de 1986 a 2012, e Arménio Carlos, de 2012 a 2020.
Foi preciso chegar aos 50 anos para a Inter eleger, em fevereiro, uma mulher como secretária-geral.
Isabel Camarinha é a 4.ª líder da CGTP.
Desde a revolução de abril, a CGTP já fez 10 greves gerais.
As duas primeiras foram em 1982, em fevereiro e em maio, contra o "pacote laboral" que o governo da AD tentou impor, retirando direitos aos trabalhadores.
O "pacote laboral" do Governo de Cavaco Silva deu o mote para a terceira greve geral em democracia, a 28 de março de 1988.
Para tentar impedir a aprovação do Código do Trabalho de Bagão Félix, a CGTP promoveu uma greve geral a 10 de dezembro de 2002, que contou com a participação de 1,7 milhões de trabalhadores.
A quinta greve, a 30 de maio de 2007, foi de protesto contra a revisão do Código do Trabalho feita pelo Governo PS, que a Inter considerou ter agravado ainda mais a legislação laboral.
A CGTP e a UGT convocaram pela primeira vez uma greve geral em conjunto em outubro de 2010, que se concretizou a 24 de novembro desse ano, contra as medidas de austeridade aplicadas, na altura, pelo Governo socialista, nomeadamente a taxa extraordinária sobre o subsídio de Natal deste ano.
Em novembro de 2011 houve nova greve geral e em 2012, em março e em novembro, foram feitas duas greves gerais.
A última greve geral da CGTP, a 10.ª, foi concretizada em junho de 2013, contra o agravamento da austeridade.
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