Zimbabué anuncia proibição de exploração mineira em parques nacionais
O Governo do Zimbabué anunciou que proibiu atividades de exploração mineira em parques nacionais, depois de uma crescente contestação contra a possível exploração de carvão no parque nacional de Hwange, a maior reserva natural do país.
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Economia Zimbabué
"A mineração em áreas detidas por parques nacionais é proibida com efeitos imediatos. Estão a ser tomadas medidas para cancelar todas as licenças de mineração em parques nacionais", afirmou a ministra da Informação, Monica Mutsvangwa, numa conferência de imprensa na noite de terça-feira.
NA conferência de imprensa, citada pelo portal noticioso New Zimbabwe, a governante sublinhou que será concedida um período para os portadores de concessões para a exploração mineira obterem uma avaliação do impacte ambiental, assim como dos planos para a exploração.
"Serão aplicadas fortes penas àqueles que não cumpram com as orientações ambientais", vincou Mutsvangwa.
Além desta proibição, o executivo zimbabueano proibiu também toda a exploração em leitos de rios, exceto nos rios Save e Angwa, onde a remoção de sedimentos "será permitida sob condições muito rigorosas", diz a mesma fonte.
Na terça-feira, a Associação de Advogados Ambientais do Zimbabué (ZELA, no acrónimo inglês) apresentou uma petição junto de um tribunal para impedir a exploração de carvão no parque nacional de Hwange.
"A operação de uma mina num parque natural protegido viola o dever constitucional de prevenir a degradação ecológica e de promover a preservação" do meio ambiente, argumentou então a ZELA, citada pela agência France-Presse.
A ZELA apontou ainda que a exploração no parque poderia causar danos no turismo, assim como uma diminuição dos rendimentos das populações locais.
Durante o dia de hoje, a associação, citada pela Associated Press, saudou a decisão do Governo, mas sublinhou que irá continuar em tribunal para garantir que o executivo assegura a legislação necessária para a execução da proibição.
No final de agosto, as autoridades responsáveis pela vida selvagem no Zimbabué iniciaram uma investigação sobre a morte de vários elefantes perto da reserva de Hwange.
Segundo a Autoridade de Gestão de Parques Nacionais e Vida Selvagem do Zimbabué, 22 elefantes morreram devido a uma alegada infeção bacteriana atribuída à ingestão de plantas venenosas, sendo "esperadas mais mortes".
A maioria dos elefantes que morreu na Floresta de Pandamasue, localizada entre o Parque Nacional de Hwange e Victoria Falls, era composta por animais jovens ou fracos, disse o porta-voz da instituição, Tinashe Farawo.
Com pouca comida, os elefantes mais jovens que não conseguem alcançar os ramos mais altos das árvores acabam por comer tudo o que conseguem, mesmo a vegetação venenosa", referiu então Tinashe Farawo à agência AFP.
A responsável acrescentou que existe o receio de o problema persistir durante a estação seca, recordando que o Zimbabué tem enfrentado sucessivas secas nos últimos anos, o que deixa os animais com menos água e vegetação para se alimentarem.
Além de uma possível infeção bacteriana, alguns dos animais podem estar a morrer devido ao stresse de caminhar longas distâncias em busca de comida e água, disse Farawo.
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