DECO aconselha a reclamar de anúncios nas gravações automáticas

A DECO considera que os operadores de telecomunicações estão a violar a proteção de dados ao imporem como condição de acesso às gravações automáticas dos canais de televisão a inserção de anúncios publicitários e aconselha os consumidores a queixarem-se.

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Lusa
28/08/2020 07:14 ‧ 28/08/2020 por Lusa

Economia

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Em causa está uma iniciativa dos operadores de televisão paga de passarem a inserir publicidade nas gravações automáticas dos diferentes canais, tendo o consumidor que aceitar para poder aceder às referidas gravações, o que já está a fazer chegar reclamações a esta associação de defesa do consumidor.

Em comunicado a associação de defesa do consumidor adianta que "a inserção dos referidos anúncios será decidida pelos canais aderentes, tanto de publicidade no início das emissões gravadas mediante a utilização da TV BOX do Serviço TV, como do tratamento dos seus dados pessoais para fins publicitários", sendo que "os consumidores que não autorizem a visualização dos referidos anúncios deixam de poder aceder às emissões gravadas destes canais".

Para a DECO esta atuação dos operadores de telecomunicações é "uma clara violação dos direitos dos consumidores em matéria de proteção de dados", na medida em que na execução de um contrato de prestação de serviços o consumidor "tem de dar o seu consentimento explícito e livre para a receção de conteúdos publicitários, devendo ser salvaguardado o direito a opor-se à receção de tais conteúdos".

Perante esta situação, a DECO aconselha os consumidores a reclamar junto dos respetivos operadores e a denunciar a situação junto da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) e da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) e apela a que lhe seja dado conhecimento das reclamações apresentadas.

Realça que nem a publicidade genérica nem a publicidade personalizada são necessárias para que haja prestação do serviço de gravação automática, pelo que o seu consentimento não pode ser uma contrapartida "direta ou indireta da execução do contrato e prestação do serviço".

A DECO sublinha ainda que a decisão do consumidor em consentir ou não a emissão de anúncios publicitários deve ser livre, o que não acontece neste caso, uma vez que a não aceitação tem como consequência ficar privado do serviço de renovações automáticas.

Em comunicado, a DECO assinala ainda o facto de esta medida estar a ser tomada por um dos setores que tradicionalmente está entre os que motivam mais reclamações e sublinha a sua preocupação com "mais uma decisão que penaliza fortemente os consumidores".

Neste contexto refere a forma que alguns operadores escolheram para informar os clientes da medida, nomeadamente confrontá-los, "em tempo real, com a mudança" numa "mera comunicação através da TV BOX".

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