Presidente senegalês quer o prolongamento da moratória da dívida africana
O Presidente senegalês, Macky Sall, apelou hoje ao G20 para que prolongue a moratória da dívida africana até 2021, argumentando com a necessidade do continente precisa de reanimar a sua economia, muito enfraquecida pela crise sanitária.
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Economia G20
"Esta moratória deve ser revista para nos permitir beneficiar realmente destes adiamentos de reembolso", defendeu o chefe de Estado senegalês, citado pela agência France-Presse (AFP), em declarações na universidade de Verão da Medef, um poderoso sindicato de empregadores franceses, perto de Paris.
"A União Africana deseja trabalhar com os seus parceiros com o objetivo de conseguir uma extensão da moratória do G20 até ao ano 2021. Uma situação excecional requer medidas excecionais", acrescentou.
A título de exemplo, Sall salientou que a taxa de crescimento do seu país, inicialmente projetada em 6,8%, deverá atingir 1,1% em 2020, na melhor das hipóteses, e apelou a uma ajuda que permita a África "ter espaço orçamental inteiramente dedicado à resposta sanitária, à resiliência económica e social e, sobretudo, à salvaguarda do emprego".
Macky Sall está em França há dois dias e reuniu-se na passada quarta-feira com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, um encontro que lhe ofereceu o contexto para relevar a abundância de planos de salvamento financeiro desencadeados na União Europeia.
"A sacrossanta regra da disciplina orçamental, segundo a qual os défices anuais não devem exceder 3% do PIB [Produto Interno Bruto], está agora a ser posta de lado para lidar com a crise a nível mundial", ilustrou.
"É no mesmo espírito que deve ser considerada a questão da redução do peso da dívida para apoiar África nos seus esforços", acrescentou o chefe de Estado senegalês, afirmando que "com um montante de 365 mil milhões de dólares [cerca de 310 mil milhões de euros], a dívida africana representa apenas 2% do volume da dívida mundial".
Em Março, Sall pediu a anulação da dívida pública e o reescalonamento da dívida privada do continente.
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