Moda infantil portuguesa em Munique na 1ª feira profissional desde março
As empresas portuguesas de moda infantil que de sexta-feira a domingo participaram, em Munique, na primeira feira internacional do setor desde o início da pandemia destacam, mais do que os negócios concretizados, as portas abertas para edições futuras.
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Economia Feira Internacional
"Para as nossas empresas foi muito importante, porque esta é uma feira onde é muito difícil entrar e onde duas das três empresas que participaram já queriam participar há muito tempo e, com isto da pandemia, foram saudadas pela coragem", disse à agência Lusa o presidente da Associação Selectiva Moda, que com a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) promoveu a participação nacional.
Segundo Manuel Serrão, a comitiva portuguesa -- formada pelas marcas Baby Gi, Meia Pata e Peter Jo Kids - foi, "em termos de presença física, dos poucos estrangeiros" a participar nesta edição da Supreme Kids, já que a maior parte dos restantes expositores internacionais se fez representar pelos respetivos agentes alemães.
Por isso, salientou, "acabaram por ter um papel de destaque e criaram uma relação com a direção da feira que é uma mais-valia e que vai, de certeza, repercutir-se nas próximas edições".
Naquela que foi "a primeira feira física em que o setor participou desde o estado de emergência", o responsável da Selectiva Moda admite que "as expectativas passavam, sobretudo, por perceber se o mundo já estava preparado para este tipo de eventos".
"Como [as expectativas] eram muito baixas, daquilo que falei com as empresas, foram superadas", disse, admitindo que "a feira tinha menos expositores e menos visitantes do que é habitual, nalguns casos por imposição das autoridades e, noutros, porque as pessoas ainda estão receosas".
Segundo Manuel Serrão, "embora tenha havido muitos contactos e, em alguns casos, já negócios e encomendas" às empresas portuguesas, "a verdade é que o principal motivo pelo qual [estas] consideraram que o saldo foi positivo foi a criação desta relação com a organização da feira, que lhes vais permitir, no futuro, estarem como expositores".
"Aceitámos o desafio porque vimos uma boa oportunidade de entrar no mercado alemão e também porque nos parece que marcar presença neste momento mostra uma postura arrojada, focada na diferenciação e na promoção da marca Portugal", corroborou o cofundador da marca Baby Gi, Alfredo Moreira.
Focada em vestuário para recém-nascidos dos zero aos seis meses, a marca diz ter alguns clientes pontuais no mercado alemão, mas querer reforçar a presença neste país, que "é um dos principais mercados europeus".
Após ter marcado presença, no último ciclo de feiras pré-covid-19, em várias feiras internacionais (como a Fimi, em Valença, a INDX Kidswear, em Birmingham, e a Pitti Bimbo, em Florença, onde conseguiu "importantes clientes em novos mercados como a Rússia ou os EUA"), a Meia Pata apostou na presença em Munique para juntar a Alemanha à lista de clientes.
"É mais um mercado. Já estamos presentes na Itália, no Reino Unido e na Holanda, por exemplo, e agora temos o objetivo de angariar um agente para a Alemanha", explicou a responsável da marca, Carla Areal.
Um objetivo que é partilhado com a Peter Jo Kids: "Espero encontrar um bom agente. Já temos clientes na Alemanha e sabemos que vendemos muito bem, mas procuramos um agente para o mercado local e também para a Áustria", explicou Anna Sheludko, 'designer' da marca, que produz integralmente em Portugal vestuário sustentável para meninas dos zero aos 12 anos.
"Todas estas empresas já estão em plataformas digitais, apoiadas por nós, mas consideram que isso não é suficiente e que é preciso aprender a conviver com esta situação", salientou Manuel Serrão, adiantando estarem já previstas mais participações portuguesas em feiras do setor têxtil e vestuário, designadamente em 03 de setembro, numa feira de tecidos também em Munique, com uma comitiva de seis empresas nacionais em 'stands' individuais e de mais de uma dezena em 'stand' coletivo.
De acordo com o responsável associativo, o setor está "a tentar retomar" alguma normalidade, mas "a verdade é que estavam previstas já muitas feiras para setembro e algumas foram, entretanto, adiadas ou canceladas".
É o caso de duas feiras em Madrid (previstas para meio de setembro e que foram canceladas) e de uma feira em Paris (prevista para de 04 a 07 de setembro e que foi adiada para outubro), sendo que, para já, confirmada continua a realização da maior das feiras do setor, em Paris -- a Première Vision, nos dias 15 e 16 de setembro.
Também agendada para setembro, nos dias 23 e 24, no Porto, está mais uma edição da feira Modtissimo, promovida pela Selectiva Moda e para a qual já estão confirmadas "mais de 100 inscrições e quase 100 compradores estrangeiros".
"Estou otimista, mas cauteloso, até porque ainda não conhecemos as medidas [de higiene e segurança que vão ser determinadas pelas autoridades para realização do evento]. Ainda falta mais de um mês, mas estamos a aguardá-las a todo o momento por parte do Ministério da Saúde, até porque se não forem realistas até podem inviabilizar a realização da feira", admitiu Manuel Serrão.
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