O banco holandês justificou os prejuízos com um aumento das provisões para cobrir imparidades resultantes da concessão de empréstimos.

O ABN Amro adiantou ainda, citado pela Bloomberg, que vai centrar o seu negócio na Holanda e no noroeste da Europa, o que resultará num corte de cerca de 800 postos de trabalho num período de três a quatro anos, à medida que o banco de investimento retrair os seus negócios que geram, atualmente, cerca de 45% dos empréstimos dos clientes.

Os bancos europeus, incluindo o Deutsche Bank, Societé Generale e o BNP Paribas, têm estado a reduzir e a redirecionar os seus bancos de investimento ao mesmo tempo que cortam custos e saem de negócios de alto risco.

O presidente executivo do ABN Amro, Robert Swaak, por sua vez, revelou a nova estratégia do grupo financeiro, que canalizou 1.814 milhões de euros no primeiro semestre em provisões para cobrir imparidades resultantes de créditos, quando em igual período de 2019 tinha provisionado 231 milhões de euros.

Nesse sentido, o ABN Amro vai parar com o financiamento corporativo fora da Europa e sair do financiamento do comércio de matérias-primas, disse o banco holandês, citado, por sua vez, pela agência Efe, e focar-se em serviços para os clientes nos segmentos em que possa ganhar escala, na Holanda e no noroeste da Europa.

No fundo, o negócio de banca corporativa e institucional (CIB) será dividido em atividades estratégicas e não estratégicas, deu a conhecer Robert Swaak na apresentação dos resultados do segundo trimestre do ABN Amro.

"O novo CEO [presidente executivo) basicamente apresentou o que pedimos há mais de um ano, ou seja, uma redução adequada dos negócios do CIB", disse o analista do Barclays, Omar Fall, à Blooomberg, lamentando que "tenha sido necessária uma pandemia para isso".

O ABN Amro obteve receitas de 3.909 milhões de euros até junho, menos 11,2% em termos homólogos, e no segundo trimestre reportou um prejuízo de cinco milhões de euros, contra um lucro de 693 milhões de euros contabilizado entre abril e junho do ano passado.

O banco holandês foi resgatado em 2008 e a seguir alvo de uma profunda restruturação, tendo sido reprivatizado em 2015, embora o Estado holandês detenha uma participação de 56,3% no seu capital.

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