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Vitória de Biden pode desvalorizar o dólar, dizem especialistas

Uma vitória do democrata Joe Biden nas próximas eleições presidenciais dos EUA pode levar a uma desvalorização do dólar e uma reação mais cautelosa dos mercados, segundo a avaliação feita hoje por um painel de especialistas.

Vitória de Biden pode desvalorizar o dólar, dizem especialistas
Notícias ao Minuto

16:30 - 03/08/20 por Lusa

Economia EUA/Eleições

De acordo com a maioria das sondagens, o cenário mais provável para as eleições presidenciais dos EUA, em novembro, é o de uma vitória do candidato do Partido Democrata, Joe Biden, e a retenção do controlo do Senado por parte do Partido Republicano.

Para um painel de especialistas de economia da empresa de investimento estratégico Schroders, reunido num 'webinar' em que a Lusa participou, este cenário causará maior instabilidade, o que os mercados geralmente temem, levando a uma ligeira desvalorização do dólar e uma reação mais conservadora dos mercados.

Sean Markowicz, estratego global da Schroders, disse que uma derrota do republicano Donald Trump poderá ampliar ainda mais as quedas das bolsas de valores, já debilitadas pelos efeitos da pandemia de covid-19.

"O aumento de impostos proposto por Joe Biden poderá provocar retração nas empresas", explicou o especialista da Schroders, embora alertando para o facto de o candidato democrata poder representar maior estabilidade nos mercados internacionais.

"A vitória de Biden, com a promessa de se manter firme com a China, mas também com a promessa de recuperar as alianças com os aliados dos EUA, pode ter um efeito positivo na economia mundial", acrescentou Markowicz, recordando ainda que se os republicanos continuarem a controlar o Senado, as mexidas nos impostos prometidas pelo candidato democrata podem ficar suspensas.

O economista-chefe da Schroders, Keith Wade, admitiu que a economia dos EUA poderá ter uma retoma mais lenta do que a queda provocada pela pandemia, regressando à normalidade num esquema em "U", em vez de um esquema mais otimista em "V", devido às incertezas provocadas pela chegada de uma nova vacina, mas também pela incógnita espoletada pela vitória de Biden.

Wade lembrou que esta será a primeira vez em que a economia norte-americana sofre uma deflação dos serviços, em vez de uma deflação industrial, por causa da pandemia, já que as pessoas terão alguma relutância em regressar, em breve, a uma panóplia de serviços, ligados aos transportes ou ao turismo.

O economista-chefe disse que o défice público dos EUA pode chegar perto dos 300%, por causa do esforço dos cofres do Estado em socorrer a economia do impacto da pandemia, e mostrou índices que mostram que setores como a hotelaria e a restauração estão a estabilizar em níveis bem abaixo daqueles sentidos nos últimos anos.

Piya Sachdeva, economista da empresa de investimento, referiu-se a estes índices para mostrar como eles são adversos para as aspirações de Donald Trump conseguir um segundo mandato presidencial, recordando que as estatísticas mostram que as eleições nos EUA são, em grande parte, um referendo ao desempenho da economia.

A economista diz que os baixos níveis de popularidade de Trump se devem à forma como o atual Presidente dos Estados Unidos tem gerido a pandemia, mas também à avaliação que os norte-americanos fazem da resposta à crise económica.

"É muito difícil um Presidente incumbente ganhar eleições no momento em que o desemprego está em níveis muito elevados", explicou Sachdeva, mostrando como são os estados mais afetados economicamente aqueles que estão a revelar intenções de voto mais favoráveis a Joe Biden.

Contudo, para os investidores, concordaram Wade e Markowicz, as promessas de Biden em elevar os impostos, até 28% para as grandes empresas, e a incerteza sobre a sua política económica são fatores de incerteza, podendo atrasar ainda mais uma retoma, no final da pandemia.

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