Bazuca já temos, agora "é preciso saber aproveitá-la e não falhar o tiro"
"Não nos podemos queixar da falta de poder de fogo", diz António Costa, esta quinta-feira, mas é necessário criar um "bom plano de batalha". Qual foi o momento "mais duro" para o primeiro-ministro desde março? O próprio responde numa entrevista à revista Visão.
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Economia António Costa
O primeiro-ministro, António Costa, considera que Portugal tem ao seu dispor uma bazuca que atinge os 6,7 mil milhões de euros por ano até 2029, mas é uma "enorme responsabilidade" fazer um plano de execução para que o dinheiro seja bem aplicado.
"Manifestamente temos uma bazuca. (...) Neste momento, entre a confluência do Portugal 2020, o novo Quadro Financeiro Plurianual e o Programa de Recuperação vamos ter, até 2029, 6,7 mil milhões de euros para executar por ano. É mais do que duplicar o máximo que já tivemos. Vai ser um enorme esforço e uma enorme responsabilidade. Não nos podemos queixar da falta de poder de fogo. Só nos podemos queixar se não formos capazes de definir um bom plano de batalha e não acertarmos bem a nossa pontaria", disse António Costa, em entrevista à Visão, publicada esta quinta-feira.
Portugal vai arrecadar, com o orçamento da União Europeia (UE) a longo prazo e o Fundo de Recuperação, 45 mil milhões de euros em subsídios, destinando 300 milhões à região do Algarve, devido à quebra no turismo.
Questionado sobre se mantém a postura otimista, Costa responde: "Ser otimista não significa ser irrealista e manifestamente vivemos um momento de incerteza enorme e assim continuaremos até haver um tratamento ou uma vacina. Sem isso, dificilmente conseguiremos ter um regresso à normalidade. O máximo que vamos conseguir é aprender a conviver com esta nova realidade", respondeu o primeiro-ministro.
"Procurar o bloco central é como caçar gambozinos"
Nesta entrevista, o chefe do Governo aborda também a questão política adjacente a uma crise sem precedentes, referindo que "procurar o bloco central é como caçar gambozinos" e trata-se de um "mito urbano", disse, concluindo: "Seria um erro repetir o bloco central".
Questionado sobre o ponto mais difícil desta crise pandémica que o país e o mundo atravessam, Costa destacou o início, quando predominava (mais ainda) a sensação de incerteza: "O momento mais duro foi logo no início, porque qualquer decisor político gosta de ter certezas em relação àquilo que decide. E a certeza assenta na informação que tem. Uma coisa que ficou logo muito percetível no princípio de março foi que os cientistas tinham inúmeras dúvidas e desconhecimento, por esta ser uma realidade nova".
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