João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), defendeu, esta quarta-feira, que o novo apoio à retoma lançado pelo Governo representa um conjunto de medidas que "são muito difíceis de aplicar na prática e que vão abranger um número muito restrito de empresas".
Para o responsável, esta substituição do lay-off simplificado "não vai impedir" que, em setembro e outubro, muitas empresas decidam "encerrar ou reduzir os seus quadros".
Em conferência de imprensa no Palácio de Belém, após ter estado reunido com o Presidente da República, João Vieira Lopes adiantou também que manifestou a Marcelo Rebelo de Sousa a necessidade de "haver um conjunto de medidas que levem a que os portugueses voltem a consumir mais".
"Isto é vital para a sobrevivência das empresas. É tão vital como conjuntos de medidas e preocupa-nos que não esteja nada a ser feito nesse sentido como acontece na Alemanha ou noutros países, onde há desde baixas de IVA a incentivos ao consumo", sustentou.
Ainda sobre o encontro o Chefe de Estado, o responsável revelou que referiu ao Presidente que a CCP vê com "perplexidade" o facto de estarem "praticamente omissos" os setores do Turismo, Comércio e dos Serviços, "que representam cerca de 70% do PIB", no plano de recuperação elaborado e apresentado por António Costa Silva.
"Como é que no séc. XXI, numa economia como a nossa, se pode definir o seu futuro sem entrar com elementos chave que acrescentam, neste momento, valor? Manifestamos a nossa perplexidade e nosso desagrado face a essas opções ao Presidente da República", acrescentou.