Os ministros da Energia da Arábia Saudita, Abdelaziz bin Salman, e da Rússia, Alexander Novak, deram essa indicação no início de uma reunião de um comité interno da aliança OPEP+, formada em 2016 e que junta os países da organização e 10 produtores independentes.
"Avançamos para a próxima fase do acordo", disse o ministro saudita em referência ao pacto alcançado pelos 23 países, que se comprometeram a retirar do mercado 9,7 milhões de barris por dia, cerca de 10% da oferta mundial, para impulsionar os preços, que caíram devido à crise causada pela pandemia de covid-19.
O ministro disse que esse passo está em linha com um aumento na procura.
O corte de dimensões inéditas entrou em vigor no início de maio e prolonga-se até 31 de julho.
Na segunda fase, que entra em vigor em agosto e permanece até ao fim do ano, haverá uma redução mais moderada de 7,7 milhões de barris por dia, o que significa que pode haver um aumento da produção em relação aos níveis atuais de 2 milhões de barris diários.
No entanto, o aumento real será menor devido a "compensações" esperadas da parte de alguns membros, como o Iraque e a Nigéria, para corrigir o que não cumpriram entre maio e junho.
A subida da procura prevista resulta da reativação gradual das economias após as medidas de confinamento adotadas para travar a pandemia.
"A ligeira diminuição dos atuais cortes na extração de petróleo corresponde à tendência do mercado e permitirá evitar a volatilidade", disse o ministro russo.
Na Arábia Saudita, o aumento da procura interna que resulta da flexibilização do confinamento será de 500.000 barris diários em agosto e vai absorver grande parte do aumento da produção, explicou Salman.
"Apesar do objetivo de uma maior produção em agosto, não haverá mudanças na nossa exportação. Creio que outros na OPEP+ estarão na mesma situação", insistiu o ministro saudita.
Novak considerou que "as maiores dificuldades relacionadas com a queda da procura mundial ficaram para trás", embora exista a possibilidade de uma segunda vaga da pandemia.