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Recessão em África "arrasará economias durante os próximos anos"
A agência de notação financeira Moody's considerou hoje que o efeito económico, social e financeiro da pandemia de covid-19 será severo em África e vai dificultar a recuperação da maioria das economias da região durante anos.
© Reuters
Economia Moody's
"A pandemia de covid-19 e o seu impacto global no comércio, nos preços das matérias primas e nos mercados financeiros representa um choque financeiro, económico e social severo, apresentando um desafio para muitos países africanos", lê-se numa análise aos efeitos da pandemia na região.
No relatório, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a Moody's pinta um quadro sombrio sobre as economias africanas e salienta que "como muitos governos têm uma capacidade financeira e institucional limitada para absorver o choque atual, os efeitos negativos mais duradouros nos perfis de crédito dos países soberanos da região vão dificultar a capacidade de absorção de futuras perturbações".
A recessão, alertam, "terá consequências económicas e sociais negativas de longa duração", já que "as profundas perturbações à oferta global, os cortes na procura e as quedas nos preços das matérias primas desencadeadas pela pandemia vão levar a uma queda no crescimento" destas economias.
No documento, a Moody's aponta ainda que apesar de o crescimento económico dever começar a dar sinais mais no final do ano, em linha com o resto do mundo, a recuperação "será lenta e há o risco de os efeitos da crise serem duradouros".
Entre as consequências económicas, os analistas salientam que a queda nas receitas, a necessidade de aumentar a despesa em saúde e de apoiar a economia vai alargar os desequilíbrios orçamentais e fazer subir as necessidades de financiamento, num contexto de dificuldades económicas e financeiras generalizadas.
Em África, há 11.955 mortos confirmados em mais de 508 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A pandemia de covid-19 já matou 539.620 pessoas e infetou quase 11,7 milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um relatório da agência AFP ao final de terça-feira, baseado em dados oficiais.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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