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Primeiro-ministro da Tunísia alerta sobre situação económica desastrosa

O primeiro-ministro tunisino, Elyes Fakhfakh, advertiu hoje que a economia do país, muito fragilizada pela pandemia de covid-19, deverá contrair 6% em 2020, e lamentou a falência de "todas as sociedades públicas".

Primeiro-ministro da Tunísia alerta sobre situação económica desastrosa
Notícias ao Minuto

17:01 - 25/06/20 por Lusa

Economia Tunísia

"O próximo combate é a salvação do Estado!", frisou durante uma audição parlamentar consagrada ao balanço de 100 dias do seu Governo.

Fakhfakh admitiu uma taxa de crescimento do Produto interno bruto (PIB) historicamente baixa (- 6%), sublinhando que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial preveem uma recessão de 6,8%.

"Numa foi registada na Tunísia uma taxa tão baixa mesmo durante a revolução" em 2011, quando a instabilidade que sucedeu ao derrube do regime de Zine el Abidine Ben Ali afetou o desempenho económico do país magrebino.

Segundo Fakhfakh, a pandemia teve repercussões em setores vitais para o país, incluindo o turismo e os têxteis, implicando a perda de 130.000 empregos, aos quais se juntam 630.000 desempregados, numa população total de 11,7 milhões.

"Isso significa uma queda nos rendimentos do Estado (...) de mais de cinco mil milhões de dinares [1,6 mil milhões de euros]", sublinhou, acrescentando que a situação antes da crise do coronavírus já era "muito má" e que os cidadãos estavam conscientes.

A dívida da Tunísia "atingiu um nível assustador", avaliada em 92 mil milhões de dinares (cerca de 30 mil milhões de euros), sublinhou Fakhfakh.

A dívida externa do país "ultrapassou a linha vermelha" ao atingir 60% do PIB, e ainda deve aumentar, declarou.

Em 2013, esta taxa de endividamento não ultrapassava os 30%, recordou.

Segundo o primeiro-ministro tunisino, "todas as sociedades públicas estão em falência", incluindo as que exploram os recursos naturais como o fosfato.

No entanto, não se referiu a uma eventual privatização nem forneceu indicações sobre o prosseguimento das suas atividades.

Ao ser confrontado com as "regiões que sofrem e que se agitam", como em Tataouine (sul) ou a contestação social que exige empregos e os investimentos prometidos em 2017, Fakhfakh denunciou as medidas ineficazes adotadas no passado e que apenas são "calmantes" para os problemas persistentes.

"Não podemos continuar assim", assentou o primeiro-ministro do país do Norte de África.

Dez anos após a revolução, os tunisinos não registaram uma melhoria no seu nível de vida e as desigualdades permanecem gritantes. O país continua ainda a apoiar-se nos empréstimos de fundos internacionais, incluindo europeus.

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