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FMI destaca diferenças entre o otimismo dos mercados e a economia real

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que emergiu "uma desconexão entre o otimismo dos mercados financeiros e a evolução da economia mundial", na atualização do Relatório de Estabilidade Financeira Mundial hoje divulgada.

FMI destaca diferenças entre o otimismo dos mercados e a economia real
Notícias ao Minuto

13:30 - 25/06/20 por Lusa

Economia FMI

"Emergiu uma desconexão entre o otimismo dos mercados financeiros e a evolução da economia mundial", pode ler-se na atualização do Relatório de Estabilidade Financeira Mundial do FMI, que aponta para um otimismo baseado no forte apoio de medidas políticas dos bancos centrais.

"Os mercados parecem esperar uma recuperação rápida da atividade, em 'V', como é ilustrado pela forte recuperação nos relatórios de previsão de receitas das empresas do S&P 500 [índice bolsista Standard and Poor's, de Nova Iorque]", segundo o FMI.

Por outro lado, "os dados económicos recentes e indicadores de alta frequência sugerem uma quebra maior do que o esperado", o que criou "uma divergência entre o preço do risco nos mercados financeiros e as perspetivas económicas".

"Os investidores estão aparentemente a apostar no apoio continuado e sem precedentes dos bancos centrais", aponta ainda o FMI.

Segundo o fundo, uma das provas desta diferença é "a recente subida nos mercados de capitais dos Estados Unidos, por um lado, e o declínio acentuado na confiança dos consumidores, por outro", uma diferença que, em geral, "levanta questões acerca da possível sustentabilidade da recente prestação dos mercados".

"Esta desconexão entre os mercados e a economia real aumenta o risco de uma nova correção dos preços dos ativos de risco, caso o apetite pelo risco dos investidores desvaneça, colocando uma ameaça à recuperação", considera a instituição sediada em Washington.

A correção de preços poderá causar "'stress' financeiro por cima de uma recessão económica já sem precedentes", caso a recessão seja maior do que o esperado, caso haja uma segunda vaga da pandemia de covid-19, e caso existam novas medidas de confinamento.

"As expectativas dos mercados acerca da dimensão e duração do apoio dos bancos centrais aos mercados financeiros pode vir a revelar-se demasiado otimista, levando os investidores a reavaliar o preço e o seu apetite pelo risco", alerta o FMI.

A instituição liderada por Kristalina Georgieva afirma ainda que a pandemia "pode cristalizar outras vulnerabilidades financeiras que foram sendo construídas na última década", como por exemplo o endividamento de empresas e famílias, que se pode tornar "ingerível para alguns devedores numa contração económica severa".

O FMI assinala também que "as insolvências vão testar a resiliência do setor bancário", que entrou na crise provocada pela pandemia de covid-19 com "maior liquidez e 'almofadas' de capital" como resultado de reformas feitas depois da crise financeira internacional anterior.

Segundo o fundo, "alguns mercados emergentes e fronteiriços estão a deparar-se com elevados requisitos de refinanciamento externo", o que pode aumentar o custo da dívida desses países, alguns deles com "um nível relativamente baixo de reservas".

No entanto, o FMI destaca que o sentimento dos investidores face aos mercados emergentes "melhorou consideravelmente", depois das "fugas históricas no início do ano".

O FMI piorou na quarta-feira as previsões macroeconómicas para a recessão esperada em 2020, apontando agora para uma queda de 4,9% da economia mundial, depois de ter estimado uma recessão de 3% em abril.

"A pandemia de covid-19 teve um impacto mais negativo na atividade na primeira metade de 2020 do que o antecipado, e está projetado que a recuperação seja mais gradual do que anteriormente previsto. Em 2021, o crescimento mundial está projetado nos 5,4%", menos 0,4 pontos percentuais que nas previsões de abril, pode ler-se na atualização das Perspetivas Económicas Mundiais divulgadas na quarta-feira pelo FMI.

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