Estudo antevê necessidade de apoio para indústria britânica pós-Brexit
A indústria britânica vai precisar de apoio para compensar o choque do 'Brexit', mesmo se negociar um acordo com a União Europeia (UE), devido ao impacto previsto, refere um estudo publicado hoje.
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Economia Brexit
"No futuro, o Governo do Reino Unido precisa de reconhecer que a indústria [manufatureira] vai sofrer um choque do Brexit, mesmo no cenário ideal, e poderá ter de criar um conjunto de medidas para mitigar", refere o estudo "Indústria e Brexit", publicado hoje pelo instituto UK in a Changing Europe, sediado na universidade King's College London.
Subsídios estatais aos salários, empréstimos e adiamento do pagamento de impostos, medidas que o Governo britânico introduziu durante a pandemia covid-19, são sugeridos no estudo.
Juntando setores como a construção automóvel e aeroespacial e o setor alimentar, a indústria representa 10% da economia britânica e 9% do mercado de trabalho no Reino Unido, com destaque para o centro e norte de Inglaterra.
Taxas aduaneiras, aumento de custos com componentes e processo administrativo, divergência regulatória, dificuldade no recrutamento de mão-de-obra especializada são alguns dos problemas identificados pelos autores, David Bailey e Ivan Rajic.
"No geral, é provável que o 'Brexit' resulte em efeitos negativos na indústria, que poderá ser uma das mais penalizadas na economia britânica. A dimensão do impacto e as preocupações da indústria variam conforme o setor", referiu Bailey hoje numa conferência virtual.
Por exemplo, o setor automóvel está preocupado com o possível impacto de tarifas na falta de um acordo de comércio, problemas sobre regras de origem dos componentes e com uma queda de produção se o acesso ao mercado único e cadeias de abastecimento forem perturbadas.
"As tarifas teriam um impacto significativo na competitividade da indústria. Seriam de 10% em veículos acabados, 2,5 a 4,5% em componentes. 10% é duas a três vezes a margem de algumas fábricas", vincou o presidente da Associação de Produtores e Comerciantes do Setor Automóvel (SMMT), Mike Hawes, no mesmo evento.
O Reino Unido saiu formalmente da União Europeia (UE) a 31 de janeiro, mas mantém acesso ao mercado único e estruturas europeias durante o período de transição, até ao final de 2020.
Perante a falta de progresso registado até agora, as duas partes decidiram intensificar as negociações para chegar a um acordo e passar a reunir-se todas as semanas de 29 de junho até 31 de julho.
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