Contas nacionais registam défice de 1,1% do PIB no 1.º trimestre

Pandemia 'atirou' o saldo orçamental para território negativo no primeiro trimestre. INE explica que se registou um aumento da despesa total em termos homólogos superior ao aumento da receita total.

"No que diz respeito ao Estado português quase tudo é segredo"

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Beatriz Vasconcelos
24/06/2020 11:00 ‧ 24/06/2020 por Beatriz Vasconcelos

Economia

INE

A pandemia do novo coronavírus já teve impacto nas contas nacionais nos primeiros três meses do ano. Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta quarta-feira, revelam que o saldo orçamental das Administrações Públicas (AP) registou um défice de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre. 

Entretanto, o Governo disse estar comprometido com o "rigor e disciplina" das contas públicas e admite que os dados divulgados pelo INE revelam já o "forte impacto" da pandemia nas contas do Estado.

"Tomando como referência valores trimestrais e não o ano terminado no trimestre, o saldo das AP foi negativo no 1º trimestre de 2020, atingindo -570,9 milhões de euros (-1,1% do PIB, o que compara com 0,1% no trimestre homólogo), observando-se um aumento da despesa total em termos homólogos (4,3%), superior ao aumento da receita total (1,1%)", pode ler-se no relatório do INE

Do lado da despesa, adianta a agência de estatísticas, verificou-se um aumento de 3,1% da despesa corrente, resultante de acréscimos nas prestações sociais (3,0%) e nas despesas com pessoal (5,1%), "refletindo medidas de política de valorização salarial, no consumo intermédio (9,3%), traduzindo o aumento da despesa em matérias de consumo específico dos serviços de saúde no contexto do combate à pandemia Covid-19 e nos subsídios pagos (18,0%)", pode ler-se. 

Segundo o relatório do INE, no ano terminado em março de 2020, o saldo "registou uma diminuição de 0,3 p.p." (pontos percentuais), "passando de um saldo positivo no trimestre anterior para negativo (-0,1% do PIB)".

O Governo prevê um défice de 6,3% do PIB este ano, adiantou o próximo ministro das Finanças, João Leão, durante a apresentação do Orçamento Suplementar. Este acréscimo ficará a dever-se ao aumento da despesa e diminuição da receita devido à pandemia.

Em março, o INE divulgou que em 2019 as Administrações Públicas registaram um excedente de 0,2% do PIB em 2019, em contabilidade nacional, correspondente a 403,9 milhões de euros, o primeiro saldo orçamental positivo desde 1973.

[Notícia atualizada às 13h00]

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