Trabalhadores da recolha de resíduos da EGF exigem aumento dos salários
Cerca de 70 pessoas, entre sindicalistas e trabalhadores do grupo EGF, concentraram-se hoje junto das instalações da empresa em Linda-a-Velha, Oeiras, em luta pelo aumento dos salários e pela melhoria das condições de trabalho.
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Economia Lixo
Os manifestantes concentraram-se a partir das 10:30 junto à rotunda do Central Park, onde, munidos de cartazes, distribuíram panfletos às viaturas que paravam, ao mesmo tempo que iam entoando palavras de ordem.
"É mesmo necessário o aumento do salário", "A luta continua nas empresas e na rua" ou "Quem trabalha não desarma, a luta é a nossa arma" foram alguns dos 'slogans' repetidos pelos presentes.
Joaquim Sousa, do STAL - Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins, disse à Lusa que os trabalhadores da área da recolha e tratamento de resíduos urbanos estiveram no local para exigir a abertura das negociações sobre o aumento dos salários.
"A concentração serve para exigir à administração do grupo EGF que respeite os trabalhadores e responda à carta aberta, a última que enviámos. Hoje temos um exemplar em ponto grande que vamos deixar à porta da empresa", explicou Joaquim Sousa.
De acordo com o sindicalista, os trabalhadores exigem na carta "o direto a negociar um acordo coletivo de trabalho, o aumento geral dos salários e melhores condições de trabalho nas 11 empresa do grupo" responsáveis pelo tratamento e valorização dos resíduos sólidos urbanos.
Joaquim Sousa lembrou ainda que estes trabalhadores estiveram sempre "na linha da frente durante a pandemia a tratar e valorizar os resíduos", pelo que pedem igualmente "um subsídio extraordinário para que o esforço, o risco e a dedicação destes trabalhadores sejam compensados".
O sindicalista denunciou ainda que em algumas empresas do grupo houve trabalhadores a serem pressionados para durante os feriados de junho fazerem trabalho extraordinário, salientando a necessidade de as empresas admitirem novos trabalhadores e criarem novos postos de trabalho, sobretudo no setor operativo.
Os trabalhadores não puderam seguir em desfile pela estrada até à sede da empresa, constatou a Lusa no local. Apenas foram autorizados pela PSP a seguir em fila indiana com o devido distanciamento social.
De acordo com Joaquim Sousa, uma delegação foi recebida pelo presidente do conselho de administração da EGF, que referiu "ter entrado há pouco tempo no cargo e querer resolver os problemas da empresa, que passam pelos resultados negativos obtidos em 2019".
"Para nós os problemas da empresa são os trabalhadores, pelo que aprovámos que vamos continuar a luta até obtermos respostas", disse, acrescentando que vão ser marcados plenários para decidir que formas de luta seguir.
Presente no local esteve também a deputada comunista Alma Rivera, que destacou que os trabalhadores "estiveram sempre na linha da frente" durante a pandemia e que se trata de uma "profissão particularmente importante na gestão dos resíduos".
"Merecem ser valorizados por isso e receber o subsídio de risco, que exigem e que é uma proposta que nós também temos. Não podemos dizer que valorizamos e batemos palmas a quem esteve durante todo este período a dar o corpo às balas e depois isso não se reverter em melhorias de condições de trabalho", salientou.
"Estamos aqui solidários e a dar força à luta para que tenha resultado", disse.
Do grupo EGF fazem parte as empresas ERSUC, Resinorte, Valorlis, Resiestrela, Valnor, Resulima, Suldouro, Valorminho, Algar, Amarsul e Valorsul.
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