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Plano de Estabilização "é aspirina, não é sequer um anti-inflamatório"

Marques Mendes comentou, este domingo, o Plano de Estabilização Económica e Social (PEES) aprovado em Conselho de Ministros para responder à crise gerada pela pandemia de Covid-19.

Plano de Estabilização "é aspirina, não é sequer um anti-inflamatório"
Notícias ao Minuto

22:32 - 07/06/20 por Notícias ao Minuto

Política Marques Mendes

O Plano de Estabilização Económica e Social (PEES), aprovado quinta-feira pelo Conselho de Ministros e publicado no sábado à noite em Diário da República, foi um dos principais temas comentados por Luís Marques Mendes, no Jornal da Noite, da SIC. 

"O PEES soou-me a uma certa desilusão. Devo dizer que esperava mais", começou por referir o antigo líder do PSD.

"O primeiro-ministro disse na Assembleia da República que a crise vai ser muito séria e apresenta um plano que é uma aspirina, não é sequer um anti-inflamatório, nem, com toda a certeza, um antibiótico", considerou Marques Mendes, contestando que parece ter existido preocupação em "ter um PowerPoint bonito, mas que não corresponde a um plano sólido, robusto e estruturado". 

O comentador salientou ainda que mesmo que se trate de um plano a "curto prazo", " precisava de ser mais ousado e ambicioso". 

"É um aglomerado de pequenas medidas. Não há um indicador de resultados"

Marques Mendes vê no Plano de Estabilização Económica e Social "três ou quatro vícios que gostava que não tivesse". 

"É um aglomerado de pequenas medidas, não há um indicador de resultados. Tem umas 'medidazinhas' para agradar ao Bloco de Esquerda, ao PCP, parece que há uma preocupação de agradar a todos", referiu. 

O segundo problema, nas palavras do comentador, prende-se com o facto de repetir promessas. "Já chega de repetir promessas. O Banco de Fomento é uma coisa para a qual já não há paciência", reitera, apontando que já vem desde o governo de Pedro Passos Coelho, que acabou por criar apenas "um banquinho". 

"Depois veio o Governo de António Costa, o primeiro, que disse: 'Não, nós vamos fazer uma coisa a sério". Aconteceu que não se fez nada. Agora, vem o Siza Vieira que, também já ninguém se lembra, no início deste governo disse que em 100 dias teríamos um Banco de Fomento e já passaram 213 dias", criticou.

"A ideia é boa, mas porque é que passam a vida a repetir, façam, por favor. Eu pago para ver", lançou o desafio.

"Plano no domínio da Justiça é mais ou menos indigente"

Também no que à Justiça diz respeito, o comentador considerou que o PEES "é mais ou menos indigente. A Justiça, que podia de facto, ser desburocratizada e funcionar melhor, ajudar muito a vida das empresas, nada", criticou.

Marques Mendes comentou ainda a ideia de colocar as Pequenas e Médias Empresas (PME) a ceder ao mercado de capitais, dizendo que "é muito bonita, mas é ficção". 

Mas, sobretudo, o antigo dirigente do PSD confessou que "o pior do Plano é a carga burocrática". "Insisto sempre nisto, acho que o Governo precisava de ter lá uma pessoa que simplificasse. O lay-off simplificado já foi um pesadelo, agora temos, na prática, três regimes de lay-off, isto vai ser bom para advogados, mas não para as empresas e trabalhadores", rematou. 

Recorde-se que o Plano de Estabilização Económica e Social prevê um conjunto de medidas que visam responder à crise gerada pela pandemia de Covid-19 e que abrangem áreas como Ensino Superior, Saúde, Cultura ou Turismo.

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