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Antigo representante dos EUA no BAD defende gestão de Adesina

O embaixador norte-americano Harold E. Doley, Jr., o primeiro representante dos EUA no Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), defendeu hoje o trabalho de Akiwumi Adesina à frente deste banco multilateral, criticado pela administração norte-americana.

Antigo representante dos EUA no BAD defende gestão de Adesina
Notícias ao Minuto

12:47 - 01/06/20 por Lusa

Economia BAD

um facto conhecido que Akinwumi Adesina é um ator global de caráter impecável que ajudou a mobilizar milhares de milhões de dólares para África e ajudou a acelerar o desenvolvimento do continente", lê-se numa carta enviada pelo representante dos EUA no BAD entre 1983 e 1985 ao secretário do Tesouro norte-americano.

A defesa do banqueiro africano surge na sequência das críticas so secretário do Tesouro dos EUA à deliberação da comissão de ética do BAD, que absolveu Adesina das críticas que lhe foram lançadas por um grupo anónimo de funcionários do banco relativamente à sua gestão, acusando-o de privilegiar os compatriotas nigerianos e de nepotismo na administração deste banco de desenvolvimento.

Na carta, o embaixador escreve que os bons serviços de Adesina são a razão que levou "o Comité Executivo da União Africana, falando por 55 países africanos, a apoiar de forma unânime [Adesina] como o candidato único para um segundo mandato, o que é vital para a continuação do crescimento, infraestrutura e investimento em África".

Os EUA, lembrou o embaixador, "têm tido um papel de liderança enquanto maior acionista não regional, e o segundo maior a nível global", a seguir à Nigéria, nas recentes decisões de aumento de capital, reposicionamento estratégico e aposta nas cinco prioridades do banco, os chamados 'high-five'.

"Adesina liderou de forma astuta a resposta ousada e decisiva do Banco contra a covid-19, lançando um instrumento financeiro no valor de 10 mil milhões de dólares para acomodar os impactos sociais e económicos da pandemia no continente", aponta o antigo representante norte-americano no BAD, nomeado pelo Governo liderado pelo antigo Presidente Ronald Reagan.

Na carta, que termina com um apelo ao secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, para se alinhar com os colegas africanos, o embaixador aborda ainda a questão da influência da China no continente, que vários analistas dizem ser o motivo que sustenta as críticas dos norte-americanos, preocupados com a perda de influência na região.

"Apesar de ter havido algumas preocupações sobre o papel da China em África, as empresas norte-americanas progridem na concorrência e deverão ter um papel mais influente em África nos próximos anos", escreve o embaixador, concluindo que "o papel dos EUA no Banco e noutras instituições multilaterais de desenvolvimento é crucial para a economia global".

O presidente do BAD foi acusado por um grupo de denunciantes, funcionários do banco, de entregar contratos a conhecidos e de nomear parentes para posições estratégicas no BAD, o maior banco multilateral africano, e privilegiar os seus conterrâneos nigerianos.

Depois de examinar as alegações "ponto por ponto", o comité concluiu que "a queixa não é baseada em nenhum facto concreto e sólido", de acordo com a conclusão da investigação, que data de 26 de abril, e foi consultada pela agência de informação financeira Bloomberg.

Akinwumi Adesina, de 60 anos, é o único candidato à liderança do banco para os próximos cinco anos - a decisão deverá ser tomada numa reunião de acionistas no final de agosto -, e tem repetidamente negado as acusações de que é alvo por parte do grupo de funcionários do banco, com sede em Abidjan.

Também nas últimas semanas, o banqueiro tem recebido vários apoios, entre os quais está o do chefe de Estado da África do Sul e presidente em exercício da União Africana, Cyril Ramaphosa, e da antiga Presidente da Libéria Ellen Johnson-Sirleaf, que o elogiaram pelos esforços para garantir financiamento para o combate à pandemia da covid-19, e também do ministro das Finanças da Guiné Equatorial, César Abogo.

O BAD é o maior banco multilateral e tem um 'rating' de triplo A das três maiores agências de rating - Moody's, Standard & Poor's e Fitch --, tendo como acionistas 54 nações africanas e vários países fora do continente, entre os quais está Portugal e, mais recentemente, a Irlanda do Norte, que anunciou há semanas a sua entrada como acionista.

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