Ferroviária Renfe afasta retoma a curto-prazo da ligação Lisboa-Madrid
A transportadora ferroviária espanhola Renfe afastou hoje a possibilidade de recomeço a "curto-prazo" da ligação entre Madrid e Lisboa do comboio hotel internacional Lusitânia interrompida em 17 de março devido à pandemia de covid-19.
© Reuters
Economia Renfe
Fonte da Renfe disse à agência Lusa que a empresa "não prevê voltar a colocar em serviço a curto prazo os serviços de comboio hotel".
Tendo em conta a previsão de "lenta evolução" da procura no mercado espanhol, depois da paragem provocada pelo confinamento devido ao novo coronavírus, "a Renfe vai recuperar a sua oferta de comboios dando prioridade aos serviços que lhe possam dar taxas de ocupação mais elevadas", acrescentou.
A mesma fonte afirmou que no último exercício orçamental houve perdas acumuladas de 25 milhões de euros com o serviço de comboio hotel, que inclui duas ligações nacionais (Madrid-Corunha-Pontevedra-Ferrol e Barcelona-Corunha-Vigo) e uma internacional (Madrid-Lisboa).
Por outro lado, fonte da CP (Comboios de Portugal) disse à Lusa que estão a decorrer "conversações bilaterais entre os governos de ambos os países, nomeadamente sobre os termos e condições de reabertura das fronteiras e ligações internacionais".
"A CP aguarda pela conclusão deste processo para definir o seu posicionamento relativamente às ligações internacionais", concluiu a fonte.
O surto do novo coronavírus levou Portugal a tomar medidas para se proteger da "importação" de casos de covid-19 a partir de Madrid, pelo que o Lusitânia foi suspenso em 17 de Março.
O trajeto de mais de 10 horas é pouco rentável e não consegue fazer concorrência às ligações aéreas entre as duas capitais da Península Ibérica.
O serviço do comboio hotel Lusitânia, que no passado foi considerado de luxo, mas que há vários anos se encontra moribundo, foi notícia em dezembro passado quando a jovem ativista sueca Greta Thunberg decidiu utilizá-lo para chegar a Madrid onde ia participar na Cimeira sobre as Alterações Climáticas.
Espanha já anunciou que vai abrir as fronteiras, nomeadamente ao turismo internacional, a partir do início de julho, na mesma altura em que acaba a obrigação dos que entram no país cumprirem uma quarentena de 14 dias.
Os Estados-membros da União Europeia estão em conversações para tentar coordenar o fim das barreiras à circulação de pessoas impostas com a pandemia de covid-19.
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