Ajustar metas da eficiência energética "não seria bom sinal"
Um possível ajustamento aos planos europeus para a eficiência energética, na sequência da pandemia de covid-19, "não seria bom sinal", adiantou Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal, durante um 'webinar'.
© Global Imagens
Economia Ribeiro da Silva
No evento, organizado hoje pela Câmara de Comércio e Indústria Luso Espanhola, como parte de um ciclo sobre as "relações económicas luso espanholas e perspetivas após a crise sanitária", o gestor disse que as metas que existem, negociadas a nível europeu "são já exigentes".
"Na energia o curto prazo são dez anos, não é bom sinal ajustar objetivos só porque existe uma perturbação, ainda que importante, no caminho de 30 anos que temos pela frente", salientou.
"Mas acho que não é boa ideia para os objetivos atingidos pôr agora mais 10% nas renováveis ou na melhoria da eficiência energética", assegurou.
Nuno Ribeiro da Silva disse ainda que acreditava que "os investimentos não vão parar", mas têm que existir alguns "cuidados".
"Os governos deverão olhar para o caminho que tem de ser percorrido a uma velocidade alta e ver onde estão os pontos negros da estrada", indicou, precisando que estes pontos são sobretudo a burocracia e os incentivos fiscais.
O presidente da Endesa Portugal apontou questões como as dificuldades na obtenção de licenças, por exemplo, para a instalação de renováveis ou a falta de capacidade dos organismos públicos envolvidos no processo como obstáculos ao avanço de investimentos.
Paralelamente, para Ribeiro da Silva, os estímulos e políticas fiscais têm de ser adequadas "para canalizar as centenas de milhares de milhões de euros que é preciso investir na transformação deste setor e estimular os objetivos da política, bem como penalizar soluções que não lhe interessam".
O presidente da Endesa criticou uma "fiscalidade quase cega" e que não ajuda a "orientar os consumidores para os caminhos" necessários ao cumprimento do objetivo de energias mais verdes e eficientes.
Nuno Ribeiro da Silva desvalorizou ainda críticas aos preços da energia, que não têm descido, apesar da queda dos custos no mercado de energia da Península Ibérica, o Mibel.
"Em geral os contratos que as empresas têm [com as elétricas] foram feitos a prazo, a 6 meses, 12 meses, 18 meses ou 24 meses", referiu, indicando que se mantêm as condições vigentes nestes acordos.
Ainda assim, Nuno da Silva admitiu que os fornecedores de energia estão "em condições de abordar os clientes e dizer que se pode renegociar o contrato", em condições vantajosas para as duas partes.
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