Covid-19. UE redireciona 34 milhões para dotar Nicarágua com recursos
A União Europeia (UE) anunciou hoje que vai redirecionar mais de 34,5 milhões de euros para ajudar a Nicarágua na luta contra a covid-19, com o objetivo de dotar este país com recursos imediatos para enfrentar a pandemia.
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Economia Pandemia
O valor, que já estava garantido à Nicarágua como parte do ciclo de apoio 2014-2020, será retirado de áreas menos urgentes para dar prioridade aos setores relacionados diretamente com a prevenção da covid-19, segundo informação oficial, noticiada pela agência Efe.
"Sentimo-nos orgulhosos, por exemplo, que a UE tivesse levado água potável pela primeira vez às comunidades de Bilwi ou às montanhas de Chontales, para permitir algo tão simples e necessário como lavar as mãos", realçou o embaixador do organismo em Nicarágua, Pelayo Castro.
Segundo a UE, a resposta para cooperar com o país da América Central contra a pandemia estará centrada em "facilitar o acesso à higiene, à água e ao saneamento, assim como mitigar as consequências sociais e económicas e reduzir a pobreza, incluindo a segurança alimentar e nutricional, o fomento à produção em zonas rurais e o acesso à educação".
Com o apoio da Alemanha, a UE terá como prioridade dar acesso a água potável em Granada e na zona do "corredor seco", numa região que vai desde o norte do grande lago da Nicarágua até à fronteira com as Honduras.
Também irá procurar acelerar a produção de alimentos básicos para as famílias mais vulneráveis e promover a distribuição de refeições escolares.
Parte do valor redirecionado será usado para o apoio a trabalhadores de microempresas em dificuldades económicas, assim como para a saúde e educação de grupos vulneráveis, através da sociedade civil, em iniciativas acompanhadas pela Alemanha, Espanha, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo e a UE.
A Universidade de Málaga colocou à disposição da Nicarágua, sem custos, o desenho e manuais de assistência para a produção local de ventiladores.
Segundo dados oficiais, a pandemia na Nicarágua regista 254 casos e 17 mortos.
O Observatório do Cidadão, que localiza independentemente os casos da covid-19 não reconhecidos pelas autoridades de Manágua e que tem grande credibilidade entre médicos e cientistas, dá conta de 1.594 infetados e 352 mortos.
Uma organização não-governamental nicaraguense denunciou na segunda-feira que o Governo do país está a cometer um "genocídio viral", devido à ausência de medidas para travar a pandemia da covid-19, e pediu a intervenção da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O secretário executivo da Associação Nicarágua para os Direitos Humanos, Álvaro Leiva, que vive no exílio na Costa Rica, disse à Efe que o Governo do Presidente Daniel Ortega e da parceira Rosario Murillo "estão a agir de forma irresponsável e negligente" ao não tomar medidas preventivas face à pandemia.
"Na Nicarágua, o que aconteceu hoje é um genocídio viral. Nós enquadramo-lo nas fraudes e más intenções do regime Ortega-Murillo, onde todos os atos apontam para o desenvolvimento de um contágio massivo da população indefesa", disse Leiva.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou quase 330 mil mortos e infetou mais de cinco milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,8 milhões de doentes foram considerados curados.
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