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Crise "não pode ser desculpa" para agravar divergências

O presidente do Conselho Europeu advertiu hoje que a crise provocada pela pandemia da covid-19 não pode servir de desculpa para agravar as divergências no seio da União Europeia, considerando fundamental trabalhar no sentido precisamente oposto.

Crise "não pode ser desculpa" para agravar divergências
Notícias ao Minuto

16:26 - 13/05/20 por Lusa

Economia Conselho Europeu

Num debate no Parlamento Europeu, em Bruxelas, sobre a resposta europeia à crise socioeconómica provocada pela pandemia e confinamento, que levou à paralisação da economia europeia, Charles Michel observou que esta é a fase em que se passa da gestão da crise no curto prazo para uma resposta mais a médio e longo prazo e argumentou que não se pode perder de vista um dos ideais fundamentais do projeto europeu, a convergência.

"É muito importante que não se perca de vista que o objetivo fundamental do projeto europeu desde o seu lançamento após a II Guerra Mundial foi não só assegurar a paz e prosperidade, mas também esta ideia de que é cooperando e trabalhando em conjunto, unidos, que podemos ultrapassar os desafios", afirmou.

"O motor do projeto europeu foi ao longo das últimas décadas também esta questão da convergência europeia: fazer diminuir as disparidades, fazer recuar as diferenças", declarou Charles Michel na sua intervenção no hemiciclo.

Para o presidente do Conselho, "vai ser essencial convencer a generalidade dos Estados membros que esta crise não pode servir de desculpa, de pretexto para agravar as divergências no plano europeu, para agravar as diferenças e as disparidades".

"Pelo contrário, deve reforçar a nossa vontade comum de trabalhar no sentido de garantir mais convergência, mais coesão e mais integração europeia. Mais do que nunca, partilho a convicção de que esta crise revela até que ponto a solução é mais cooperação, mais convergência, mais integração, e não o inverso, pois o inverso significará muito mais fragilidade", advertiu.

Também a presidente da Comissão Europeia sublinhou na sua intervenção a necessidade de ter em conta que os choques provocados pela crise serem assimétricos, e garantiu que o plano de relançamento no qual o seu executivo ainda está a trabalhar focar-se-á nas regiões e setores mais atingidos.

Sem adiantar ainda detalhes das propostas de fundo de recuperação e de um Quadro Financeiro Plurianual para 2021-2027 adaptado à nova realidade, que a Comissão Europeia ficou de apresentar este mês, Ursula von der Leyen afirmou que "o vírus é o mesmo em todos os Estados-membros, sim, mas a capacidade para responder e absorver o choque é muito diferente", pelo que o executivo comunitário terá isso em conta.

Apontando que "todos os Estados-membros apoiaram os trabalhadores e empresas da melhor maneira que conseguiram", a presidente da Comissão reconheceu que "também é verdade que cada país tem uma diferente margem orçamental", o que ameaça a convergência.

"Começamos a assistir agora a um desequilíbrio no campo do mercado único. Por isso precisamos de uma resposta europeia", disse.

Na última cimeira de chefes de Estado e de Governo, celebrada por videoconferência em 23 de abril, os 27 encarregaram o executivo comunitário de apresentar, com caráter de urgência, uma proposta formal do fundo de recuperação, interligando-o ao próximo orçamento plurianual da União, mas volvidas praticamente três semanas o executivo comunitário ainda está a trabalhar nas propostas, não se tendo comprometido ainda com uma data para a sua apresentação.

Na sequência do debate de hoje, o Parlamento Europeu irá adotar, na sexta-feira, uma resolução sobre o fundo de recuperação e o próximo orçamento plurianual da União.

Ainda antes, na quinta-feira, adota um relatório de iniciativa legislativa a solicitar à Comissão Europeia que apresente um plano orçamental de contingência no caso de orçamento da UE para 2021-2027 não entrar em vigor em 01 de janeiro próximo.

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