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Vítor Gaspar defende investimento público mas avisa países endividados

O diretor de Assuntos Orçamentais do Fundo Monetário Internacional (FMI), Vítor Gaspar, defendeu, juntamente com dois economistas do seu departamento, que a retoma pós-covid-19 deve incluir investimento público, mas, no caso de países endividados, com cuidado.

Vítor Gaspar defende investimento público mas avisa países endividados
Notícias ao Minuto

15:01 - 06/05/20 por Lusa

Economia Covid-19:

"Quando o 'Grande Confinamento' finalmente terminar, uma recuperação económica forte que beneficie todos vai depender de redes de apoio social melhoradas e apoio orçamental de base alargada. Isto inclui investimento público em cuidados de saúde, infraestruturas e alterações climáticas", pode ler-se num artigo coassinado pelo antigo ministro das Finanças (2011-2013) do governo de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP).

O artigo publicado no blogue do FMI, que conta com a colaboração dos economistas W. Raphael Lam e Mehdi Raissi, adverte, no entanto, que "países com altos níveis de dívida vão ter de equilibrar cuidadosamente apoios orçamentais de curto prazo, para a fase de recuperação, com a sustentabilidade da dívida a longo prazo".

Entre as medidas de investimento público, o documento coassinado pelo antigo ministro das Finanças assinala que "uma boa rede de proteção social" deve "providenciar cobertura alargada e benefícios adequados para grupos vulneráveis de uma forma progressiva -- isto é, benefícios mais generosos para os mais pobres".

Essa rede deve também "preservar incentivos ao trabalho e ajudar os beneficiários a encontrar trabalho, obter cuidados de saúde e acesso à educação e formação", bem como evitar "uma rede complexa de programas de proteção social que acabem por ser mais caras de gerir e não beneficiem as pessoas de uma forma justa e consistente".

Nas economias avançadas, como é o caso de Portugal, de acordo com a categorização do FMI, "os governos podem melhorar as redes de apoio social cobrindo mais pessoas nos programas já existentes e melhorando o impacto que os benefícios têm na vida das pessoas".

Relativamente ao investimento público, os economistas assinalam que nos próximos 20 anos as necessidades de financiamento, para além de infraestruturas, cuidados de saúde e alterações climáticas, serão necessários 20 biliões de dólares (cerca de 18,3 biliões de euros) de investimentos.

Em economias avançadas pouco endividadas, como a Alemanha, a Holanda ou a Coreia do Sul, o investimento é frutífero "porque o valor dos ativos resultantes provavelmente excederá os passivos dado o quão baixas estão as taxas de juro", algo que "aumenta o valor líquido do setor público".

"Países com menos espaço de manobra no que concerne a gastos, como a Itália ou Espanha, podem redirecionar as receitas e despesas para aumentar o investimento", assinalam os três economistas.

Segundo o artigo, a gestão do investimento com a sustentabilidade da dívida "é um ato de equilíbrio delicado", num contexto em que a pandemia de covid-19 viu "um grande aumento nos défices orçamentais e nos rácios de dívida" dos Estados.

"À medida que a pandemia se abate e a economia recupera, os rácios da dívida dos governos devem estabilizar, ainda que em novos níveis altos. Se a recuperação demorar mais do que o esperado, as dinâmicas da dívida podem ser mais desfavoráveis", pode também ler-se no documento.

O "Grande Confinamento" levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.

Para Portugal, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.

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