A Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) defende a implementação de medidas de proteção que sejam "exequíveis e proporcionais", recomendando que os empresários do setor não tomem medidas precipitadas.
"Face às várias medidas de proteção que têm vindo a ser propostas nos últimos dias, no sentido de preparar o setor da restauração para a reabertura dos estabelecimentos, a APHORT apela à calma e à prudência dos empresários, num momento em que há ainda muita coisa por decidir", sublinha a associação, em comunicado.
"Muitas das medidas que têm vindo a público vão exigir a criação de legislação clara e inequívoca por parte do Governo, como é o caso da proposta da recolha da temperatura corporal dos clientes. Este será um processo complexo e que dificilmente terá uma aplicação imediata, pelo que aconselhamos os empresários a não se precipitarem e a não incorrerem, para já, em investimentos avultados, em torno de medidas que não foram ainda dadas como certas", explica Rodrigo Pinto Barros, presidente da APHORT, citado no mesmo comunicado.
Até porque, sublinhe-se, a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) considera que as empresas não podem recolher registos de temperatura dos funcionários e qualquer informação relativa à saúde do trabalhador só pode ser feita pelo médico da medicina no trabalho.
"Sem essa legislação, os empresários podem inclusivamente ficar sujeitos ao pagamento de coimas avultadas, uma vez que está em causa a violação do Regulamento Geral de Proteção de Dados", acrescenta.
A APHORT alerta ainda para a importância do setor cumprir com a sua missão de proporcionar às pessoas uma experiência agradável, de descontração e bem-estar. "É nossa obrigação fazer com que os clientes se sintam acolhidos e protegidos nos nossos estabelecimentos de uma forma positiva, não podemos transformar a ida a um restaurante num momento de medo ou de tensão".