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"Em crise temos tendência a minimizar benefícios da UE"

A economista Inês Domingos considerou, em entrevista à Lusa, que perante uma crise, os países da União Europeia (UE) têm "tendência a minimizar, erradamente, as vantagens" de pertencer ao bloco, ignorando que "as pessoas sabem" que os benefícios existem.

"Em crise temos tendência a minimizar benefícios da UE"
Notícias ao Minuto

08:20 - 21/04/20 por Lusa

Economia União Europeia

"Quando estamos perante uma crise temos tendência a minimizar, erradamente, as vantagens da União Europeia, e de não ter a perceção que as pessoas sabem que essas vantagens existem", considerou a antiga deputada do PSD em entrevista à Lusa.

A economista lembrou que a UE "não é um projeto puramente financeiro", mas sim "de paz, que traz muitos benefícios", crendo ainda que a instituição "é mais forte do que esta crise" associada à pandemia de covid-19.

"A UE tem revelado que com algum tempo, às vezes demora um bocadinho, mas consegue estar à altura. Na crise anterior de 2008 até demorou mais tempo do que nesta", considerou.

Sobre o atual debate que opõe alguns países do sul da União Europeia, que defendem a emissão de dívida conjunta, e países do norte, como a Holanda e Alemanha, que se opõem a tal emissão, Inês Domingos considerou que se trata de uma discussão estéril.

"Há exageros de parte a parte, não poria a coisa dessa forma, acho que não há falta de solidariedade do norte contra o sul. Há várias situações em que os países do norte beneficiam de estar numa união europeia com países do sul, e em que países do sul beneficiam de estar com os países do norte", considerou.

Como exemplos, mencionou que "Portugal é, de facto, um beneficiário líquido dos fundos europeus, mas por outro lado os países do norte têm beneficiado de importações portuguesas do material deles, em particular do material de investimento".

"Acho que perdemos todos, de facto, quando começamos a olhar assim em termos de benefícios líquidos, até é difícil de identificar quem é que beneficiou mais", reiterou, considerando que essa "não é útil" e "não ajuda ninguém".

Inês Domingos atribui alguma da "fricção" nos debates relacionados com questões financeiras dentro da UE à circunstância de os governantes dos países do norte "refletirem um pouco o que é a opinião pública dentro dos seus países".

"Alguns países do norte podem não ter explicado inteiramente quais são os benefícios da União Europeia em termos das exportações que eles têm para países do sul, e em termos de ter a capacidade de, participando na zona Schengen [de livre circulação], de poderem viajar por todo o lado e estudarem, por exemplo, nas nossas universidades, que têm uma ótima qualidade e que são relativamente mais baratas do que universidades de outros sítios", aditou.

A antiga parlamentar do PSD considera que "há uma série de coisas que beneficiam todos os lados", mas também reconhece que "é verdade que muitas vezes a opinião pública, no norte, não compreende todos estes benefícios".

"Mas também é verdade que em Portugal, e de forma geral nos países do sul, muito poucas vezes se refere os benefícios que traz a União Europeia", afirmou.

Como exemplo de solidariedade citou a ação do Banco Central Europeu (BCE), que ao comprar dívida dos países permite que "Portugal, apesar de ter uma dívida elevada, ainda não tenha custos de financiamento elevados".

"Esse é um exemplo da grande solidariedade que existe entre países da zona euro, porque ao beneficiar dessa ação do banco central, estamos a permitir gastar dinheiro a apoiar a economia que se calhar não teríamos", concluiu.

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