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70% das empresas de mobiliário prevê quebra de vendas superior a 50%

Dois terços do 'cluster' do mobiliário prevê recorrer ao 'lay-off' simplificado, 70% estima perdas de faturação superiores a 50% em abril e um terço antecipa uma quebra desta ordem no acumulado do ano, conclui um inquérito.

70% das empresas de mobiliário prevê quebra de vendas superior a 50%
Notícias ao Minuto

18:47 - 08/04/20 por Lusa

Economia Mobiliário

Segundo o inquérito - realizado junto dos associados da Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA) e a que a agência Lusa teve hoje acesso - no final do mês de março 44% das empresas do 'cluster' tinham interrompido a laboração e, ao longo do próximo mês, a percentagem de empresas em regime de 'lay-off', parcial ou total, deverá atingir os 66%.

O questionário revelou que uma em cada três empresas sofreu perdas superiores a 50% já no mês de março, em relação ao período homólogo, e em abril 21% dos inquiridos estima quedas de faturação na ordem dos 25%, enquanto 70% antecipa mesmo uma descida superior a 50%.

Para a totalidade do ano 2020, apenas 4% das empresas estima perdas até 10%, sendo que quase dois terços esperam uma redução de 25% e cerca de 30% calcula uma queda superior a 50% face a 2019.

Para o diretor executivo da associação, Gualter Morgado, as conclusões do questionário, destinado a aferir o impacto da pandemia de covid-19 na atividade económica do 'cluster', são "preocupantes".

"Historicamente, sabemos que estes setores são dos mais lentos a assegurarem a retoma, tendo em conta que os bens que produzem não são de primeira necessidade", sustenta.

Neste contexto, a APIMA apela a "uma estratégia e medidas de apoio a médio e longo prazo que permitam fazer face ao esforço de tesouraria realizado no imediato" e solicita "correções urgentes" às medidas lançadas pelo Governo.

"É fundamental que a banca e as demais entidades envolvidas facilitem o acesso às linhas de financiamento anunciadas, quer ao nível das garantias, quer, sobretudo, das taxas de juro, que se encontram a níveis inaceitáveis face à atual conjuntura", considera.

De acordo com as conclusões do inquérito, as principais dificuldades sentidas pelas empresas de mobiliário e afins decorrem da diminuição das encomendas (88%), problemas na cadeia de distribuição (60%) e nos fornecimentos (45%), afirmando ainda 42% dos auscultados que foram prejudicados pelo cancelamento de eventos como o Portugal Home Week, principal mostra da fileira casa portuguesa.

Para responder ao impacto da pandemia, a APIMA destaca que "a esmagadora maioria das empresas pretende recorrer às medidas de apoio anunciadas pelo Governo, nomeadamente ao 'lay-off' simplificado (66%), à flexibilização fiscal e contributiva (62%), às linhas de crédito (48%) e à moratória aos créditos bancários (6%)".

Os resultados do inquérito demonstram ainda que "a maioria das empresas (93%) encontra dificuldades na interpretação e no acesso aos mecanismos de apoio", o que tem levado a associação a promover a realização de um ciclo de 'webinares' com a participação de especialistas nas diferentes áreas abrangidas, nomeadamente da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), sociedades de advogados e consultoras.

O inquérito foi promovido entre 23 de março e 07 de abril junto das cerca de 200 empresas associadas da APIMA, tendo respondido um total de 52.

O 'cluster' do mobiliário e afins assume-se como "um dos mais exportadores da economia nacional", destinando cerca de 90% da produção ao exterior, em particular aos mercados francês e espanhol.

Em 2019, os vários setores que compõem o 'cluster' totalizavam 4.500 empresas e 31.000 trabalhadores e atingiram um valor recorde de exportações, ao superar os 1,9 mil milhões de euros.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.

Portugal, onde os primeiros casos de covid-19 confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.

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