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Pão-de-ló de Felgueiras com perdas de 50% apesar das vendas na Internet

O pão-de-ló de Margaride, em Felgueiras, iguaria muito procurada na Páscoa, tem-se adaptado às contingências da covid-19, com vendas na Internet, mas os produtores admitem perder 50% do negócio habitual, algo nunca visto no concelho.

Pão-de-ló de Felgueiras com perdas de 50% apesar das vendas na Internet
Notícias ao Minuto

12:06 - 07/04/20 por Lusa

Economia Negócio

Em Felgueiras, no distrito do Porto, há várias empresas que produzem a iguaria, a maioria com décadas de experiência, numa "doce" tradição familiar passada de geração em geração.

O pão-de-ló de Margaride é um dos 'ex-libris' da terra que é mais conhecida pela produção de calçado.

O engenho e a arte de preparar aquela aguaria ainda hoje dá emprego a dezenas de pessoas, guardiãs do receituário.

Atualmente, o setor admite preocupação, porque a pandemia obrigou ao encerramento de vários estabelecimentos na cidade e nas freguesias, num período como a Páscoa, que está associado ao consumo de pão-de-ló, sendo que o produzido em Margaride (freguesia sede do concelho) é um dos mais cobiçados, sobretudo às mesas da zona Norte.

A centenária Fábrica do Pão-de-Ló de Margaride, de Leonor Rosa da Silva, no centro da cidade, que ostenta as armas da realeza, é o produtor mais antigo e, de acordo com a tradição, o mais afamado das redondezas. Devido à situação da pandemia, a unidade esteve encerrada, mas reabriu esta semana para dar resposta a "algumas" encomendas da Páscoa.

Guilherme Lickfold, gerente da empresa que herdou dos seus ancestrais, contou à Lusa que as vendas caíram "cerca de 50 a 60%".

As vendas 'online', que a empresa já tem disponível há alguns anos, cresceram por estes dias e foram as mais escolhidas pelos clientes a nível nacional, mas também pelos consumidores de Felgueiras e concelhos vizinhos, que antes se dirigiam à loja e, este ano, contou à Lusa, "optaram por receber em casa".

O empresário admitiu que "deverá voltar a fechar portas depois da Páscoa", fruto das circunstâncias, à espera de melhores dias.

Umbelina Lopes, que dirige o Pão de Ló de Margaride António Lopes, algures entre a Lixa e Felgueiras, fala em "vendas más, muito más".

Receber encomendas 'online' é uma opção que vai permitir fazer chegar o pão-de-ló a vários pontos do país, "mas longe do habitual na Páscoa", anotou.

"Aumentaram as vendas 'online', mas não superam, em nada, as quebras nas vendas presenciais", reforçou, lembrando que também se vendia o produto em feiras que não se realizaram devido à pandemia. Nesta fase, mantêm-se as entregas ao domicílio.

A produzir doces desde 1945, Umbelina é a terceira geração a dirigir o negócio, fundado pelo avô António Lopes. "Nunca nos vimos numa situação destas, mas queremos garantir a segurança e continuar a lutar pelo nosso negócio", anotou.

Também José Mário Sousa, gerente na Doçaria Rosa Sousa, empresa em atividade desde a década de 70 do século passado, fala de uma "queda abrupta nas vendas".

"Temos quatro áreas na empresa: alojamento local, café, vendas de doçaria e distribuição em supermercados", explicou, indicando que apenas a distribuição em supermercados está a funcionar.

Na sua loja, com quase ninguém nas ruas da cidade, a empresa tem vendas residuais e na distribuição em supermercado "há uma procura mais pequena", observou.

"Num ano normal, saíam de cá centenas de caixas de produtos para as empresas. Este ano, isso não acontece e não vai acontecer. É duro, porque temos funcionários para pagar e despesas da empresa que não param", concluiu.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 73 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito na segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).

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