"É frequente ouvir-se que as novas gerações não terão direito à merecida pensão após a reforma, sobretudo devido à falta de sustentabilidade do atual Sistema Público de Reformas em Portugal.

Mas, se as novas gerações fazem os seus descontos, tal como os seus pais e avós faziam, porque é que assim é? Será mesmo assim?

Para responder a estas questões, é necessário perceber como funciona o sistema. O Sistema Público de Reformas em Portugal é financiado na sua maioria por um Sistema de Repartição, ou seja, são os descontos dos trabalhadores no ativo que garantem as pensões de quem está reformado. Logo, é fácil perceber que os descontos que são feitos mensalmente não estão reservados para quem os faz. E a situação torna-se ainda mais crítica quando se percebe que o índice de longevidade tem vindo a aumentar, não sendo suficientemente compensado pelos nascimentos registados.

Dados recentes apontam para a existência de 159 idosos por cada 100 jovens, sem previsão de inversão nos próximos anos. Dados que representam um desafio ainda maior quando a esperança média de vida continua a aumentar e a natalidade, apesar de registar um ligeiro acréscimo, ainda não é suficiente para compensar ou equilibrar a balança. Assim, este deixa de ser um problema apenas dos futuros reformados e passa a ser uma questão transversal a toda a sociedade com um impacto muito profundo.

Que alternativas existem?

Como percebemos, deixar de contribuir não é certamente uma das soluções. Esta prática só iria antecipar o agravamento da situação. Assim sendo, é conveniente que cada um se auto responsabilize e aposte, por exemplo, em seguros de capitalização ou planos poupança reforma. Opções que exigem uma antecipação ao problema e que vão ajudar a manter o nível de vida necessário para uma reforma digna e sem percalços.

Quais as soluções?

Para que esta realidade não se torne insustentável são necessárias alterações de base: mudanças ao nível do aumento das contribuições (impostos), alteração da idade da reforma ou mesmo a redução dos benefícios (valor das pensões).

Pelo sim, pelo não, não deixe o seu futuro em mãos alheias. Informe-se, avalie a solução que melhor lhe convém e tenha uma velhice financeiramente mais descansada."