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Cabo Verde: Líder empresarial crê que maioria das empresas vai sobreviver

Praia, 03 abr 2020 (Lusa) -- O presidente da Câmara de Comércio de Sotavento, em Cabo Verde, considerou hoje "muito positivas" as meditas anunciadas pelo Governo para mitigar os efeitos da pandemia provocada pelo novo coronavírus, acreditando que a maioria das empresas sobreviverá à crise.

Cabo Verde: Líder empresarial crê que maioria das empresas vai sobreviver
Notícias ao Minuto

08:53 - 03/04/20 por Lusa

Economia Coronavírus

"Nós consideramos essas medidas muito positivas. Aliás, a Câmara de Comércio teve um grande papel na definição destas medidas, mas sobretudo ajudando a sua regulamentação. Nós participamos nisso, estamos de acordo e pensamos que é um passo em frente na procura de soluções para nós ultrapassarmos da melhor forma os problemas causados pelo coronavírus nas empresas", disse Jorge Spencer Lima, em declarações à agência Lusa.

Na quinta-feira, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, apresentou as linhas de crédito "montadas" em conjunto com a banca para abranger o empresariado do país, que ascendem a 3,3 mil milhões de escudos (30 milhões de euros.

As empresas vão poder aceder a financiamentos bancários de até 40 milhões de escudos (363 mil euros) para reforço da tesouraria e fundo de maneio, com garantias do Estado até 100% em alguns casos e taxas de juros até 03%.

Para o presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sotavento (CCISS), as empresas ligados ao turismo são as mais afetadas pelos efeitos do novo coronavírus, mas salientou que o problema é transversal a todas as empresas cabo-verdianas.

Segundo Jorge Spencer Lima, o valor de financiamento bancário até 40 milhões de escudos é "razoável", sublinhando que esta é uma primeira medida, para testar o sistema, que vai depender da evolução da doença em Cabo Verde.

"As medidas tomadas satisfazem as empresas, satisfazem os empresários, a questão que se põe neste momento é a sua eficácia. Tomam-se medidas mas é preciso implementá-las, não demorar tempo demais a implementar o que já se decidiu", advogou o presidente da CCISS.

No caso dos pedidos de financiamento, Olavo Correia disse que os bancos deverão decidir num prazo de uma a duas semanas e o desembolso pode ser integral ou por tranches mensais e com adiantamentos de até 50% do financiamento aprovado.

"Isso já é um passo gigante no sentido da implementação dessas medidas", concordou Jorge Spencer Lima.

"O Banco de Cabo Verde [BCV] já anunciou fundos a custos muito reduzidos à disposição dos bancos, esperemos que os bancos compreendam que agora não é o momento de procura do lucro e não só. É claro que nós não estamos a pedir aos bancos que trabalhem de graça ou para perder dinheiro. Isso não. Os bancos têm de ganhar dinheiro, mas não precisam é ganhar demasiado", referiu.

Jorge Spencer Lima considerou também que o máximo de até 03% é uma "boa taxa" de juro, tendo em conta que o BCV cedeu liquidez de 0,75% e os bancos podem passar essa liquidez aos privados, sobretudo numa forma muito importante que é limitação de tesouraria, implicando que quem não está a produzir não tenha dinheiro.

Sobre as garantias do Estado, o presidente da CCISS disse que é para dar "conforto" aos bancos, que não vão perder dinheiro nem ter problemas de rentabilidade.

"É nestas situações e é para isso que serve o Governo, para defender a população, a sociedade e os cabo-verdianos. E o Governo está neste momento a cumprir esse papel e bem", elogiou o líder empresarial de Sotavento, que engloba as ilhas do Maio, Santiago, Fogo e Brava.

O ministro das Finanças disse que as linhas de crédito "não estarão disponíveis para as empresas que estejam em incumprimento com as obrigações fiscais e tributárias", mas Jorge Spencer Lima discordou, dizendo que não se deve "punir" as empresas incumpridoras.

"Não tem sentido. No nosso ponto de vista, as regalias são para o conjunto das empresas nacionais, cumpridoras e não cumpridoras", afirmou, considerando que no estado de emergência que o país está a viver não se deve olhar para a cara das pessoas ou das empresas, porque isso vai implicar a subjetividade.

Sobre o futuro empresarial em Cabo Verde, Jorge Spencer Lima lembrou que as empresas são corpos vivos, que nascem, crescem e morrem, e acredita que "algumas vão morrer pelo caminho", independentemente do novo coronavírus e mesmo com injeção de capital.

"Mas isso faz parte do processo. Mas acredito que o grosso das empresas vai sobreviver e isso significa que vamos ter uma base sólida para a retoma do crescimento da economia robusto de 05%", concluiu.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 51 mil.

O número de mortes em África subiu para mais de 240 num universo de mais de 6.400 casos confirmados em 50 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença no continente.

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