Em comunicado, a ARIC, que representa cerca de 70 rádios espalhadas pelo território nacional, manifesta-se "bastante preocupada com os previsíveis efeitos económicos da pandemia covid-19, na vida corrente das rádios", pelo que enviou uma carta ao secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, em que enquadra o problema e lança sugestões.

"O setor da comunicação social regional e local sobrevive em muito através do movimento gerado pela publicidade do comércio local. Acontece que, com este último quase inativo por imposição legal, o volume de publicidade angariada diminuiu abruptamente, pondo em causa a viabilidade de muitas estações emissoras", refere a ARIC.

Ora, "nesta ocasião onde a rádio é tão necessária de modo a veicular a melhor informação possível, consideramos essencial que haja medidas de apoio às rádios por parte do Estado, que possam repor o seu normal funcionamento e preservar os postos de trabalho", prossegue.

Além deste contacto formal conjunto, acrescenta, a ARIC, "agindo individualmente e após recolhida informação junto das suas associadas, elaborou um conjunto de medidas muito concretas que se colocadas em prática pelo Governo suavizam as dificuldades agora vividas".

Entre essas medidas constam "a atribuição imediata de uma verba para colmatar problemas de tesouraria e viabilizar a manutenção de postos de trabalho; isenção de TSU [taxa social única] até final de 2020; que as rádios sejam passíveis de beneficiar de valores de consignação de IRS" e a isenção de taxas aos reguladores de media ERC e de telecomunicações Anacom até final do ano.

Propõe também "alterações de exceção no campo fiscal ou ainda a isenção temporária de pagamentos dos consumos ao nível de distribuição de sinal e comunicações".

Na segunda-feira, a Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social (CPMCS) anunciou que tinha apresentado ao secretário de Estado da tutela uma proposta que prevê a criação de medidas de apoio ao setor na sequência da pandemia do novo coronavírus.

Os apoios propostos terão a duração de seis meses, com início em abril, mas podem vir a ser prolongados se as circunstâncias o justificarem, de acordo com o documento subscrito por todos os associados da confederação, nomeadamente a AID - Associação da Imprensa Diária, a APR - Associação Portuguesa de Radiodifusão e a RTP.

Na semana passada, a Plataforma dos Media Privados (PMP), constituída pelos grupos editoriais Cofina, Global Media, Impresa, Media Capital, Público e Renascença, enviou uma carta ao Governo onde apresenta um conjunto de medidas "essenciais" para mitigar o impacto da covid-19, entre as quais o 'lay-off' para o setor.

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