Parceiros criticam ideia do BCE sobre empréstimos aos países

Os parceiros sociais criticaram hoje as declarações do representante do Banco Central Europeu (BCE) na troika que, na reunião desta manhã, disse que é mais arriscado emprestar dinheiro aos Estados do que aos bancos.

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Lusa
11/12/2013 15:27 ‧ 11/12/2013 por Lusa

Economia

Troika

"Hoje tivemos pela primeira vez uma intervenção do representante do BCE [nas reuniões com os parceiros sociais], em que reafirmou a tese de que o BCE não deve emprestar dinheiro aos países mas aos bancos, porque o risco de emprestar aos países é maior do que emprestar aos bancos", disse o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) à saída da reunião com a troika, que considerou esta uma "postura extremamente peculiar".

Também o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, destacou nas declarações aos jornalistas esta intervenção inédita de Rasmus Ruffer, representante do BCE e o único que faz parte da equipa original da 'troika'.

"Ouvimos o representante do BCE dizer que os juros de 0,25% que [o BCE] aplica ao setor financeiro são desse valor porque [o setor financeiro] é mais credível do que os Estados. Isto faz sentido? Não, só na cabeça destes senhores", afirmou Arménio Carlos aos jornalistas.

O dirigente sindical criticou, por um lado, que o BCE empreste dinheiro aos bancos a juros de 0,25% quando estes "cobram 6% ou 7%" para financiar o Estado e, por outro lado, que a 'troika' cobre juros entre 3% a 3,5% pelos 78 mil milhões de euros que emprestou a Portugal quando uma das entidades da 'troika', o BCE, cobra aos bancos 0,25%.

"É um roubo que fazem ao povo português e ao nosso país", afirmou Arménio Carlos.

A missão da troika (composta por Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) está em Portugal desde 04 de dezembro para o décimo exame regular ao programa de ajustamento.

A equipa da troika é composta por Subir Lall, do FI, Rasmus Ruffer, do BCE, e John Berrigan, como representante da Comissão Europeia.

Estes responsáveis reuniram-se hoje na sede do Conselho Económico e Social (CES) com os representantes das centrais sindicais, o secretário-geral da CTGP, Arménio Carlos, e a presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, e os representantes dos patrões, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, e o presidente da CCP, Vieira Lopes.

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