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Pescadores de Caminha exigem suspensão da atividade e pedem apoios

O presidente da Associação de Pescadores do Rio Minho e do Mar (APPRMM) defendeu hoje que o Governo deve "decretar" o "fim da pesca local", por ser um veículo de transmissão da covid-19, e definir medidas "compensatórias".

Pescadores de Caminha exigem suspensão da atividade e pedem apoios
Notícias ao Minuto

18:38 - 28/03/20 por Lusa

Economia Covid-19

"O Governo deve parar a pequena pesca que, neste altura, é um veículo de transmissão da doença. Para sobreviverem, os pescadores são obrigados a ir contra a lei, a pôr em risco a sua saúde e a de quem lhes compra o pescado. Não têm locais para a venda do pescado que capturam e, por isso, passaram a vender o peixe porta a porta, em contacto direto com as pessoas em locais, sem o mínimo controlo sanitário", alertou Augusto Porto.

O presidente daquela associação, com sede em Caminha, no distrito de Viana do Castelo, adiantou que a paragem da pequena pesca implicará a tomada de medidas "compensatórias" que sejam ajustadas às necessidades destas comunidades piscatórias.

"As medidas que têm sido anunciadas são para as grandes empresas, mas na pesca local estamos a falar de empresas familiares. Os apoios que têm sido disponibilizados como, por exemplo, o `lay-off´ ou empréstimos bancários não se adequam à realidade destas pequenas empresas", referiu Augusto Porto.

Augusto Porto disse adianta "discordar da possibilidade que está ser equacionada pelo Ministério do Mar de determinar a paralisação da pesca entre 22:00 de sexta-feira e as 22:00 de domingo, até 31 de maio".

"Se for para a frente, esta medida ainda vai criar mais dificuldades à pequena pesca porque é durante o fim de semana que as comunidades locais de pesca vendem mais peixe. É a sobrevivência de centenas de famílias que está em causa. São milhares de embarcações em Portugal que ficam completamente desprotegidas e à deriva", sustentou.

Augusto Porto explicou que se aquela medida se vier a concretizar, face ao "encerramento de praticamente todos os canais de venda, irá assistir-se à extinção de toda a frota local de embarcações com motores fora de bordo, que é representativa de grande parte da frota do país".

"No atual estado de emergência, as pessoas encontrando-se em isolamento em casa ou nos seus postos de trabalho, só se dirigem para compras do nosso peixe que é vendido em locais específicos em mão, aos fins de semana. E mesmo assim as atuais vendas são muito diminutas, sendo que a maioria das embarcações já se encontram paradas ou com avultadas dívidas. É evidente, que se não for tomada nenhuma medida, há um sério risco destes profissionais começarem a fazer vendas avulso, sem qualquer controlo sanitário, potenciando o risco de contaminação pelo covid-19", acrescentou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 600 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 28.000.

Dos casos de infeção, pelo menos 129.100 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 100 mortes, mais 24 do que na véspera (+31,5%), e registaram-se 5.170 casos de infeções confirmadas, mais 902 casos em relação a sexta-feira (+21,1%).

Dos infetados, 418 estão internados, 89 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

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