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Supervisores alertam para pressões sobre a margem financeira na banca

O Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF) considerou que a pressão sobre as margens financeiras na banca é um dos principais riscos atuais, de acordo com o relatório de atividades de 2019, hoje divulgado.

Supervisores alertam para pressões sobre a margem financeira na banca
Notícias ao Minuto

19:36 - 27/03/20 por Lusa

Economia Banca

"Ao nível do sistema bancário português, os principais riscos associados ao atual enquadramento resultam, de uma forma geral, na pressão adicional sobre a sustentabilidade da margem financeira do sistema bancário, o que reforça os incentivos para a tomada de risco excessivo ('search-for-yield'), em particular na concessão de crédito", pode ler-se no relatório de atividades de 2019 do CNSF.

Em consequência da pressão sobre a margem financeira (diferença entre juros recebidos em créditos e pagos em depósitos), o organismo que tem como membros permanentes o Governador do Banco de Portugal (BdP) (que preside), o membro do Conselho de Administração do BdP com o pelouro da supervisão, a Presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e a Presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), considera que "uma menor restritividade nos critérios de concessão de crédito poderá resultar na desadequação do 'pricing' das operações face ao risco assumido".

Este tipo de operações "poderá contribuir para o aumento potencial do endividamento para níveis não sustentáveis e a geração de non-performing loans (NPLs) [crédito malparado] no futuro", no entendimento do CNSF.

Todavia, o organismo reconhece que apesar dos comportamentos mais arriscados, "estes têm continuado a gerar um contexto favorável à venda de NPLs, refletindo deste modo a redução do volume destes em balanço, em linha com as orientações e planos de redução de ativos não produtivos".

Já relativamente ao mercado financeiro nacional, o CNSF releva que "os fundos de investimento, à semelhança da gestão individual de carteiras, continuaram em 2019 a privilegiar o investimento em dívida com maior duração modificada, e têm revelado uma disposição crescente para investir em títulos com menor notação de risco".

"Este comportamento, observável também à escala global, teve implicações ao nível da liquidez dos fundos e à sua capacidade de resposta a pedidos de resgate, podendo ter efeitos significativos sobre a estabilidade financeira, em particular perante um evento de sell-off de ativos, decorrente de uma inversão das condições de mercado", adverte o CNSF no documento hoje divulgado.

Os supervisores financeiros assinalam ainda que nos fundos de investimento "a cobrança de comissões sobre os depósitos bancários que aqueles detenham em carteira é suscetível de ter impacto negativo na rendibilidade".

Quanto ao setor dos seguros e dos fundos de pensões, o CNSF refere que "os efeitos da persistência das baixas taxas de juro foram sentidos na avaliação em alta das responsabilidades dos seguros com perfis de longo prazo, com a consequente redução dos fundos próprios disponíveis, bem como sobre o modelo de negócio do ramo Vida", tendo também se assistido a uma diminuição de produção global.

Em termos mundiais, os supervisores nacionais observaram que em 2019 o ambiente de baixas taxas de juro contribuiu de forma positiva "para o serviço de dívida dos agentes económicos e para as condições de acesso a financiamento de mercado", mas alertou também para os riscos adjacentes a comportamentos mais arriscados, bem como à possível materialização de riscos macroeconómicos e geopolíticos e a um eventual abrandamento da atividade económica.

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