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Covid-19: Programa do BCE sem limites a compras de ativos por país

O programa do Banco Central Europeu (BCE) de compra de 750 mil milhões de euros de ativos, que hoje arrancou, é mais flexível do que programas anteriores, desde logo eliminando limites à compra de ativos por país.

Covid-19: Programa do BCE sem limites a compras de ativos por país
Notícias ao Minuto

19:45 - 26/03/20 por Lusa

Economia Covid-19

Segundo as informações divulgadas na quarta-feira à noite, o programa de injeção monetária destinado a conter as graves consequências económicas e financeiras da pandemia de covid-19 não inclui a regra que impede o BCE de comprar mais de um terço (33%) da dívida de um país. Um limite que existia em anteriores programas para que não fosse visto como um financiamento direto aos Estados.

Segundo o Financial Times, a decisão de aumentar os limites dividiu o Conselho de Governadores do BCE na reunião em que aprovou o programa, na semana passada.

Citado pela France Press, Frederik Ducrozet, estratega da Pictet Wealth Management, considerou esta decisão "uma bomba" e que enfrenta riscos legais, mas que também fortalece o apoio do BCE aos Estados mais vulneráveis.

O BCE também permite que os títulos elegíveis para compra tenham maturidade superior a 70 dias, em comparação com a regra anterior de comprar apenas títulos soberanos com vencimento entre um ano e 30 anos, o que aumenta a possibilidade de aquisição de ativos, desde logo da Alemanha.

O BCE aprovou na semana passada compras de ativos no valor de 750 mil milhões de euros, no âmbito do novo 'programa de compra de emergência por pandemia' que durará enquanto permanecer a atual crise, mas que nunca acabará antes do final do ano.

Já então, Frankfurt disse que as compras de dívida de países e de empresas privadas da zona euro serão flexíveis.

O BCE irá também comprar dívida da Grécia, até agora excluída devido ao baixo 'rating'.

Num artigo de opinião publicado em vários jornais, no dia seguinte à decisão, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que a instituição irá fazer "tudo o que for necessário no âmbito do mandato para ajudar a área do euro a atravessar esta crise", uma vez que o "BCE está ao serviço dos cidadãos europeus".

Uma frase que recorda a dita pelo ex-presidente do BCE Mário Draghi no pico da crise da dívida soberana em 2012, que contribuiu para resolver a situação e preservar o euro.

Lagarde destacou, contudo, a necessidade de políticas públicas e de uma resposta "ambiciosa, coordenada e urgente".

Contudo, para já, a União Europeia ainda não concertou uma resposta conjunta à atual crise.

Hoje, os chefes de Estado e de Governo estão reunidos por videoconferência, na terceira 'cimeira virtual' de líderes europeus no espaço de três semanas para concertar a resposta da União Europeia aos mais diversos níveis à crise provocada pela pandemia.

Com as economias europeias já a sofrerem os choques do confinamento generalizado decretado nos Estados-membros da UE, alguns países reclamam medidas ainda mais ambiciosas ao nível europeu, e, 'antecipando' as discussões de hoje, o primeiro-ministro português, António Costa, e oito outros chefes de Estado e de Governo escreveram na quarta-feira ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a defender a implementação de um instrumento europeu comum de emissão de dívida para enfrentar a crise provocada pela covid-19.

No entanto, na reunião do Eurogrupo celebrada na terça-feira, por videoconferência, os ministros das Finanças europeus indicaram privilegiar a possibilidade de ativar uma linha de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

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