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Associação estima que 80% das empresas de ourivesaria tenham encerrado

A Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP) estima que 80% das empresas do setor tenham encerrado devido à pandemia covid-19, disse hoje o presidente, num apelo ao Governo por "mais medidas para a manutenção do emprego".

Associação estima que 80% das empresas de ourivesaria tenham encerrado
Notícias ao Minuto

14:44 - 24/03/20 por Lusa

Economia Covid-19

"Desses 80%, quase dois terços indicam que não sabem quando irão reabrir e muitas [das empresas] revelam já sentir um impacto significativo nas vendas", referiu à agência Lusa o presidente da AORP, Nuno Marinho, enquanto comentava os números de um inquérito enviado aos cerca de 400 associados da associação.

Nuno Marinho frisou que, no que se refere a medidas urgentes, "a ordem de importância está na preservação da saúde pública", mas "a seguir o foco será em manter a liquidez e as empresas em funcionamento para que o impacto pós-crise, quer para as empresas, quer para os trabalhadores, seja o mínimo possível".

"Se extrapolarmos isto para os números do setor -- são 4.300 empresas de indústria, retalho e atividades conexas com cerca de 11.000 pessoas --, estamos a falar de um universo de cerca de 8.800 pessoas que estarão em casa. E é um número que me parece bastante realista, porque o retalho encerrou obrigatoriamente. A indústria, além das preocupações de saúde pública, está bloqueada pelo encerramento da contrastaria. Parecem-me números até um pouco conservadores", descreveu Nuno Marinho.

O inquérito 'online' e de âmbito nacional, cujos dados reportam a respostas enviadas até segunda-feira, teve como base o setor de ourivesaria e relojoaria de uma forma "transversal", juntando a indústria, o retalho tradicional ou em meios digitais, descreveu o dirigente associativo.

Os dados recolhidos permitiram à AORP perceber que as empresas se dividem atualmente em 40% de indústria, cerca de 35% comércio a retalho, cerca de 20% comércio por grosso e 8% de atividades conexas e prestação de serviços.

"E 48% das empresas têm faturação abaixo de 100 mil euros/ano, enquanto cerca de 20% têm uma faturação entre um a cinco milhões de euros. Isto coloca-nos numa nova fasquia, numa fasquia um pouco frágil. No entanto, é bastante transversal às características do setor", afirmou Nuno Marinho.

O inquérito também revelou que 55% das empresas têm um a três trabalhadores, o que confirma, apontou o presidente da associação, "o cariz muitas vezes familiar".

"Também percebemos que até este verdadeiro desastre [pandemia] acontecer apenas 50% das empresas ponderava recorrer ao crédito, o que mostra que estava previsto muito recurso a capitais próprios e desse crédito 23% era para renovação ou ampliação de instalações. Agora naturalmente que tudo muda", disse.

Nuno Marinho afirmou ser convicção da associação que antes da pandemia o setor estava numa trajetória de recuperação face à crise de 2008 porque, exemplificou, "as empresas estavam a investir em bens duradouros, por exemplo em frota".

"Isto revela a confiança que as empresas tinham no setor", frisou, acrescentando os ajustes que o setor acredita que a tutela virá a fazer.

"Vejo o 'lay-off' [suspensão temporária dos contratos de trabalho] simplificado como uma medida de sobrevivência das empresas e, consequentemente, de manutenção de postos de trabalho, mas terá de haver regras ainda um pouco mais flexíveis. Os 60 dias de demonstração para quebra de faturação, a menos que se tornem retroativos, têm de ser revistos. Defendemos apoios à tesouraria com juros adequados à conjuntura. Não será altura de ter juros comerciais, terão de ser juros com prazos de amortização longos. E pedimos mais medidas de apoio à manutenção do emprego", sintetizou.

Nuno Marinho aproveitou para reforçar o apelo para que as contrastarias nacionais reabram ainda que em moldes, disse, "que preservem, naturalmente, a segurança dos seus trabalhadores".

"Isto para que, podendo, quem ainda tem canais de distribuição disponíveis, nomeadamente 'online', possa manter-se em laboração, seguindo a ideia do primeiro-ministro de que temos de fazer os possíveis para manter a economia a funcionar", concluiu.

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