Carlos Costa volta a defender emissão de 'coronabonds' para evitar crise
Num artigo exclusivo enviado à Reuters, propõe que o Mecanismo Europeu de Estabilidade avance com uma emissão de obrigações de muito longo prazo
© Global Imagens
Economia Carlos Costa
O governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, defende a emissão de 'coronabonds' a longo prazo, de forma a evitar uma segunda crise de dívida soberana. Num artigo de opinião publicado na Reuters, Carlos Costa diz que os países devem dar uma resposta conjunta.
"Embora as Eurobonds fossem a solução adequada, atualmente não existe um ‘veículo’ disponível para emissão conjunta de dívida pelos Estados-Membros. Soluções inovadoras são, portanto, necessárias. Uma opção que merece uma análise mais aprofundada é a possibilidade de o MEE emitir ‘Corona bonds’, com os recursos canalizados para todos os Estados-Membros confrontados com essa necessidade, reembolsáveis a longo prazo através do orçamento comunitário (e, para o efeito, expressamente previstas no quadro financeiro plurianual) sem impacto imediato nas posições orçamentais individuais dos Estados-Membros", pode ler-se no artigo.
Defende por isso Carlos Costa que estas 'coronabonds' devem ter uma maturidade de 30 anos, de modo a "diluir o impacto nas contribuições anuais dos Estados-membros", refere.
Até porque, esclarece o governador, esta crise tem contornos diferentes da observada em 2008, desde logo porque a causa é transversal a todas as economias:
"Contrariamente às circunstâncias que conduziram à crise de 2008, a situação com que nos defrontamos agora reflete a propagação de uma crise sanitária para a economia real e desta para o sistema financeiro. (...) Perante um choque exógeno, e seguramente transitório, comum a todas as economias europeias, é necessária uma resposta conjunta", pode ler-se.
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