"Acreditamos que esta é a decisão correta e esperamos que muitas empresas possam seguir este caminho", disse o diretor executivo da tecnológica especializada no combate à fraude financeira com recurso a inteligência artificial, sediada em San Mateo, Silicon Valley, nos Estados Unidos.

A intenção é mitigar a propagação do vírus que causa a doença Covid-19, segundo Nuno Sebastião.

Os trabalhadores da Feedzai, foram informados da decisão tomada pela Comissão de Risco da empresa na noite de quarta-feira, com a passagem para o novo formato de trabalho remoto a ter efeito imediato.

"Sabemos que nalgumas circunstâncias o processo pode ser um pouco doloroso, mas esta ação só terá efeito se um conjunto alargado de empresas privadas e entidades do Estado o fizerem", considerou o responsável. "Só assim será possível mitigar a evolução desta pandemia", acrescentou.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou esta quarta-feira a doença Covid-19 como pandemia, justificando a nova classificação com os "níveis alarmantes de propagação e inação".

A transição para trabalho remoto abrange todos os trabalhadores da Feedzai, que tem escritórios em Portugal (Lisboa, Porto e Coimbra), Reino Unido (Londres), Austrália (Sydney) e China (Hong Kong), além dos Estados Unidos (San Mateo, Nova Iorque e Atlanta).

A empresa deu luz verde à mudança depois de testar a capacidade de resposta das equipas que asseguram o suporte, segurança e sistemas de Tecnologias de Informação e garantir que seria possível manter as operações a funcionar em ambiente de trabalho 100% remoto.

A tarefa, explicou a empresa, é facilitada pelas suas características digitais e pelo acesso a ferramentas que permitem a continuidade dos projetos em curso sem disrupções.

O Citibank e banco Varo são dois dos clientes conhecidos da Feedzai, que trabalha com instituições financeiras, processadores de pagamentos e retalhistas em sistemas de prevenção de fraude e crime financeiro.

A decisão de passar para trabalho remoto acontece num momento em que a pandemia de Covid-19, detetada em dezembro da China, já provocou mais de 4.500 mortos e infetou 124 mil pessoas em 120 países e territórios, Portugal incluído.

Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona onde começou o surto.

Nos Estados Unidos, onde há 1.135 casos de infeção confirmados e 38 mortos, o Presidente, Donald Trump, anunciou esta madrugada a suspensão de todos os voos oriundos da maioria dos países europeus.

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