Meteorologia

  • 20 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 15º MÁX 23º

Wall Street fecha em baixa e acaba ciclo de 11 anos sem crises relevantes

A propagação do novo coronavírus acabou com uma série de 11 anos de subida ininterrupta em Wall Street, praça que hoje tornou a cair no final de um dia movimentado nos mercados financeiros.

Wall Street fecha em baixa e acaba ciclo de 11 anos sem crises relevantes
Notícias ao Minuto

22:30 - 11/03/20 por Lusa

Economia Wall Street

Os milhares de milhões prometidos pelas diversas autoridades para atenuar os efeitos devastadores da crise sanitária sobre a economia não bastaram para apaziguar os receios dos investidores.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 5,86%.

Em relação ao recorde que estabeleceu no mês passado, este índice já perdeu mais de 20%, o que significa o fim oficial do maior período vivido na praça nova-iorquina sem crises relevantes. É preciso regressar a março de 2009 para encontrar uma queda desta dimensão em tão pouco tempo.

As bolsas europeias, nas quais os investidores tinham sido tranquilizados na abertura por anúncios de medidas excecionais de apoio vindos do Reino Unido, acabaram por fechar maioritariamente em baixa: Paris (-0,57%), Frankfurt (-0,96%), Londres (-1,40%) e Madrid (-0,34%).

As ambiciosas medidas italianas -- um plano de 25 mil milhões de euros no país europeu mais afetado -- permitiram, ao contrário, que a bolsa de Milão fechasse em alta, de 0,33%.

Por seu lado, as bolsas asiáticas fecharam com perdas: Tóquio 2,27%, Xangai 0,94% e Hong Kong 0,63%.

A promessa feita pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, de um plano de apoio à economia tinha tranquilizado na terça-feira Wall Street, que fechou a recuperar parte das pesadas perdas de segunda-feira, quando teve a pior sessão desde 2008.

Mas o Governo de Donald Trump, apesar de garantir que está a trabalhar "a tempo inteiro", ainda hoje não apresentou uma resposta à altura do desafio.

E os índices começaram a cair fortemente em Wall Street quando a Organização Mundial de Saúde qualificou como pandemia a epidemia de Covid-19, que já contaminou mais de 110 mil pessoas.

Para Maris Ogg, gestora de investimentos no Tower Bridge Advisors, esta decisão indica que "o pior está para vir".

Na sua análise, "isto vai sem dúvida levar algumas semanas antes que se tenha uma ideia clara da dimensão" da pandemia, "algum tempo antes que o mercado ultrapasse o pânico", adiantou.

Os problemas da Boeing, que desvalorizou 18%, com os investidores inquietos com a sua situação financeira, frágil e no meio de uma das mais graves crises do transporte aéreo, também contribuíram por arrastar o Dow Jones.

Antes da reunião de política monetária muito esperada do Banco Central Europeu, na quinta-feira, da qual os investidores esperam um arsenal de medidas, o efeito da baixa surpresa de 50 pontos de base (0,50 pontos percentuais) por parte do banco de Inglaterra teve um grande impacto.

Os investidores esperam agora uma resposta real coordenada pelas diferentes autoridades, para acalmar os muito nervosos investidores bolsistas.

Na terça-feira, a União Europeia tinha colocado em formação de batalha, ao anunciar, entre outras medidas, a criação de um fundo europeu de 25 mil milhões de euros destinado aos sistemas de saúde, pequenas empresas, mercado de trabalho e setores vulneráveis da economia.

Já hoje, a chanceler alemã, Angela Merkel, deixou entender que poderia mostrar-se mais tolerante em relação aos equilíbrios orçamentais.

O Reino Unido, por seu lado, acompanhou a descida das taxas com um plano de apoio de 30 mil milhões de libras (34 mil milhões de euros), ao passo que Otava anunciava a disponibilização de mil milhões de dólares canadianos (644 milhões de euros)

Mas os investidores foram afetados negativamente por nova descida das cotações do petróleo, que tinham recuperado nitidamente na terça-feira depois da acentuada descida da véspera.

Voltaram a cair de forma acentuada quando a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos anunciaram a sua intenção de aumentar de forma drástica a produção, apesar de a procura estar fragilizada pela propagação do novo coronavírus no mundo, agravando ainda mais a guerra de preços com a Federação Russa.

Recomendados para si

;

Receba as melhores dicas de gestão de dinheiro, poupança e investimentos!

Tudo sobre os grandes negócios, finanças e economia.

Obrigado por ter ativado as notificações de Economia ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório