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Fesap propõe devolução do aumento salarial em mealheiros como protesto

A Federação dos Sindicatos da Administração Pública anunciou hoje um conjunto de ações de protesto a realizar durante o mês de março que incluem a devolução do aumento salarial decidido pelo Governo.

Fesap propõe devolução do aumento salarial em mealheiros como protesto
Notícias ao Minuto

16:30 - 03/03/20 por Lusa

Economia Função Pública

Além da devolução do dinheiro que resulta da atualização salarial de 0,3%, em porquinhos mealheiro, a Federação dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap) vai realizar no dia 19 uma campanha nacional de protesto juntos dos vários serviços da administração pública, de norte a sul do país, apelando para que os participantes nesse dia se vistam de preto e branco, e um plenário nacional de trabalhadores, em Coimbra, no dia 20.

Estas medidas foram anunciadas hoje pelo secretário-geral da Fesap, numa conferência de imprensa realizada em Lisboa, tendo José Abraão precisado que as formas de luta decididas pelo Secretariado Nacional foram condicionadas pela atual situação imposta pelo surto de Covid-19.

Depois de colocar num mealheiro os "2,60 euros" de aumento que terá na sequência da atualização salarial de 0,3%, o secretário-geral da Fesap esclareceu que o conjunto de ações de protesto agora delineadas "serão condicionadas pelo evoluir do covid-19".

José Abraão referiu também que será emitido um pré-aviso de greve para dia 20, não para apelar a uma greve nacional, mas para permitir que os trabalhadores que assim o entendam possam juntar-se ao plenário de dirigentes e ativistas sindicais marcado para esse dia.

Para ajudar a operacionalizar a devolução do aumento salarial, a Fesap fará chegar aos vários serviços mealheiros, onde o dinheiro poderá ser depositado, mas sugere também que, perante o "crescente" número de trabalhadores que lhe foram manifestando a vontade de devolver "os dois ou três euros que vão ter de aumento", estes se organizem de modo a que se juntem e se desloquem a instituições de solidariedade para entregarem esses aumentos.

José Abraão salienta, contudo, que vários trabalhadores sinalizaram a intenção de remeter os valores num cheque que pretendem enviar para a residência oficial do primeiro-ministro ou para o ministro das Finanças.

Na campanha nacional agendada para o dia 19 de março, além do preto e branco da roupa haverá cartazes, faixas e autocolantes a alertar para a degradação dos salários e dos serviços públicos exigindo melhorias em ambos. A mesma mensagem e sensibilização da população para as razões da luta será transmitida no plenário nacional marcado para um dia depois.

A data deste plenário coincidirá com a da greve nacional convocada pela Frente Comum (afeta à CGTP) e com o primeiro dia de pagamentos salariais na função pública.

"Terminado o simulacro de processo negocial que culminou em aumentos ridículos e inaceitáveis, decidimos incentivar todos os trabalhadores da administração pública a mostrarem o seu descontentamento", referiu o secretário-geral da Fesap.

Neste contexto, além dos protestos já referidos, a Fesap (afeta à UGT) irá ainda realizar, em 30 de março, uma conferência subordinada ao tema "Futuro das Administrações Públicas e dos seus trabalhadores", para a qual serão convidados os líderes dos partidos com maior representatividade parlamentar.

objetivo, referiu José Abraão, é escutar o que pensam sobre o estado atual da Administração Pública e quais as prioridades que defendem.

Paralelamente, entre março e maio, a Fesap vai reunir cartas dos trabalhadores da administração pública nas quais deverão apontar quais os principais problemas e dificuldades com que se defrontam no seu dia-a-dia.

Essas cartas terão, assim, não apenas as análises da situações que são comuns aos sindicatos, mas também as situações concretas dos trabalhadores, sendo depois remetidas para o primeiro-ministro e para a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, "na expectativa de que sejam analisadas".

Salientando que estas ações de luta visam exigir ao Governo que negoceie, José Abraão referiu também que os protestos foram delineados e poderão vir a ter de ser ajustados em função da evolução da situação do surto do Covid-19.

"Os pré-avisos de greve entregam-se com facilidade mas também se retiram se houver vontade de negociar e em função do evoluir da epidemia", precisou, para sublinhar, no entanto, que a Fesap não "desistirá de lutar".

Sobre a doença provocada por este vírus, lamentou que o Governo tenha promovido reuniões com as confederações patronais do setor privado, sem ter envolvido os dirigentes sindicais e representantes dos trabalhadores, nomeadamente no que diz respeito à elaboração de planos de contingência.

Neste contexto adiantou que a Fesap vai pedir uma reunião à ministra Alexandra Leitão.

Além de estar contra os aumentos salariais da função pública fixados para 2020, a Fesap exige que o Governo negoceie a celebração de acordos anuais ou plurianuais que coloquem as remunerações dos funcionários públicos "numa trajetória de recuperação de poder de compra", a revisão das carreiras, o aumento do subsídio de refeição, a restituição dos três dias de férias retirados durante a 'troika' ou a restituição dos pontos da avaliação aos assistentes operacionais.

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