Acordo económico UE-China poderá acontecer durante presidência portuguesa
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, admitiu hoje que um acordo económico entre a União Europeia e a China poderá acontecer durante a presidência portuguesa da EU, no primeiro semestre de 2021.
© Global Imagens
Economia Augusto Santos Silva
"A cimeira do ano passado da União Europeia com a China definiu dois objetivos, um deles já está cumprido era um primeiro acordo sobre a proteção das denominações geográficas de origem, o outro é muito mais importante, mas nós definimos um calendário durante este ano, talvez venha também a deslizar para a presidência portuguesa no próximo ano, para tentar um novo acordo económico entre a União Europeia e a China", disse o governante num debate organizado pelo International Club of Portugal.
Santos Silva, que falava sobre o tema "Oportunidades para Portugal em 2020", assinalou a importância daquele acordo, indicando que "há áreas em que os interesses são convergentes" e "dois interesses fundamentais para os europeus".
"Um é abrir os mercados chineses à economia europeia, que são mercados ainda bastante protegidos (...) e o segundo é para proteger melhor os interesses europeus, quer os interesses económicos e tecnológicos de desenvolvimento do nosso próprio tecido industrial quer os nossos interesses de segurança", adiantou.
O ministro disse ainda que Portugal tem aqui uma oportunidade, dado a economia portuguesa importar muito da China e exportar pouco.
O chefe da diplomacia considerou que a conjuntura económica e a conjuntura política em Portugal representam oportunidades para o país, assim como "ver pela positiva um ambiente internacional em que as nuvens se acumulam".
"Experiência mostra que Portugal é um dos beneficiários líquidos e imediatos dos acordos comerciais que a UE vai fazendo", lembrou, dando o exemplo do acordo do bloco europeu com o Canadá que, disse, fez disparar as exportações portuguesas para este país em 2018 e 2019.
Indicou que os "parceiros" Estados Unidos e União Europeia tentam um acordo para "travar a escalada de confrontação comercial" e "encontrar bases para acordos mutuamente vantajosos pelo menos no domínio comercial e não agrícola", considerando ser "possível imaginar (...) que um mini-acordo entre a UE e os EUA possa ser conseguido ainda durante este ano".
Para Santos Silva, a segurança, a integração, a qualidade das infraestruturas e a qualificação das gerações mais novas são vantagens de Portugal que podem e devem ser aproveitadas.
Cada uma das oportunidades constitui um "enorme desafio à nossa capacidade de agir", assinalou.
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