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Presidente da Século gostava de investir nos media em Portugal

A presidente da Século Investment holding, que detém o jornal da comunidade portuguesa Século de Joanesburgo, disse à Lusa que gostava de investir nos media em Portugal se surgisse "uma oportunidade".

Presidente da Século gostava de investir nos media em Portugal
Notícias ao Minuto

10:03 - 25/02/20 por Lusa

Economia Media

"Gostaria que o grupo crescesse, mas tudo depende de como o mercado reagirá" na África do Sul, afirmou a empresária Paula Ramos dos Santos Caetano, a segunda mulher do antigo dono do Banif, o empresário Horácio Roque (já falecido), numa entrevista à Lusa em Lisboa, em que admitiu estar atenta ao setor em Portugal.

"Gostava" de investir nos média em Portugal, afirmou, e se surgir "uma oportunidade, com certeza", que o faria.

Outras ambições da empresária são fazer com que o jornal Século de Joanesburgo chegue aos 60 anos e que a nova casa da Ajuda de Berço, em Monsanto, Lisboa, instituição de que é uma das doadoras, seja inaugurada, como previsto, em 2021.

"Gostaria muito que ele [Século de Joanesburgo] fizesse 60 anos", afirmou, salientando que faltam para isso três anos.

Por enquanto, assegurou que a publicação "está a correr muito bem", apesar de não ser "nada fácil" geri-la num país onde "cada vez menos são os que falam português".

O digital é outro dos fatores que, na sua opinião, dificulta a gestão de um jornal.

Apesar disso, na África do Sul, o online não é tão presente e as "gráficas ainda têm algum sucesso". Além do Século de Joanesburgo, o grupo controlado pela Século Investment holding tem a segunda maior gráfica da África do Sul, que é o seu sustentáculo.

Aliás, Paula Caetana admitiu que o Século de Joanesburgo "só existe porque tem uma gráfica por detrás", que é "o grosso do grupo".

Porque "os portugueses estão muito dispersos e a comunidade portuguesa é cada vez mais pequena. E já há terceiras e quartas gerações que já não leem português. Portanto, é um pouco difícil" gerir um jornal virado para a comunidade portuguesa e "totalmente escrito em português", acrescentou.

Porém, no online, o jornal tem hoje cerca de 1 500 visualizações semanais a nível mundial, disse a CEO do grupo, para quem estes números significam que "os portugueses que saíram da África do Sul continuam a querer saber o que se passa e a gostar de ler o Século de Joanesburgo" em português.

Em papel, vende cerca de 24 a 30 mil cópias por semana, disse.

O grupo, que emprega cerca de 150 pessoas, incluindo o editor e os sete jornalistas que fazem o Século de Joanesburgo, tem um volume de negócios de cerca de 300 milhões de rands por ano (cerca de 18,6 milhões de euros), "não tem dívidas e tem lucros", assegurou.

O grupo é "um legado que o meu marido deixou", afirmou.

"A situação da África do Sul neste momento está difícil e as pessoas vão saindo, vão arranjando outras alternativas, vão para, (...) nomeadamente países que falam o inglês também. Para a Nova Zelândia, para a Austrália, para os Estados Unidos. Portanto os altos quadros praticamente saíram", não só da comunidade portuguesa, mas em geral", referiu.

Quando recebeu o legado de Horácio Roque, a gestora disse que teve de investir para que o grupo crescesse e se mantivesse.

"Na altura em que o meu marido faleceu, 2010, o mercado não estava da melhor forma e, ou continuava com o negócio e investia", ou corria o risco de fechar, relatou.

O investimento foi de cerca de 33 milhões de rands (cerca de dois milhões de euros) numa nova rotativa, o que lhe permitiu ter capacidade para produzir meio milhão de cópias hora, contou.

Na África do Sul, o grupo apoia ainda três lares de idosos para emigrantes portugueses no país.

"A comunidade portuguesa, hoje em dia, está muito envelhecida e precisa de lares. E infelizmente os lares, normalmente, são depósitos de velhos. As pessoas, a grande maioria, não morrem com doenças, morrem de saudade. Porque se sentem abandonados, sentem que as famílias os esqueceram", relatou

Em Portugal, aquele que considera ser o seu projeto prioritário "é uma casa para crianças desprotegidas, a casa da Ajuda de Berço", em Benfica, à qual promete dar "total apoio".

Olhando para o panorama dos média em Portugal não vê, para já, oportunidades.

"Os jornais papel têm tendência a reduzirem as publicações, exatamente por causa da forma digital", afirmou, porém, considerou que há muita gente da sua geração que "ainda gosta de ler livros de papel e jornais de papel, além de folhear o papel e de ao sábado ir à bomba de gasolina e comprar (...) o semanário e os jornais."

Por isso, admitiu que "gostava" de encontrar um parceiro em Portugal para fazer um projeto de média.

O que para a empresária não faz muito sentido é ter um jornal diário em Portugal: "Acho que faz mais sentido um semanário, porque hoje as notícias são ao minuto, tanto no telemóvel como na televisão", concluiu.

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