"Parte das incertezas associadas ao comércio baixou recentemente, mas os riscos permanecem", indicou Jerome Powell, num discurso perante parlamentares norte-americanos divulgado antecipadamente.
"Estamos a acompanhar de perto o aparecimento do coronavírus, que pode causar perturbações na China com repercussões no resto da economia mundial", acrescentou.
A epidemia causada pelo novo coronavírus já fez mais de mil mortos na China, de acordo com o último balanço.
No relatório de política monetária que divulgou na sexta-feira, a Fed já tinha manifestado preocupação com a situação.
Sublinhando a solidez da economia norte-americana, o presidente da Fed considerou que a atual orientação da política monetária continua apropriada, depois de três reduções consecutivas nas taxas de juro em 2019, tendo estas permanecido inalteradas desde então.
"É evidente que a política (monetária) não tem a sua trajetória toda traçada. Se a evolução da situação o exigir, vamos reavaliar as nossas perspetivas", destacou Jerome Powell.
No discurso, o dirigente do banco central defendeu que os números positivos da economia norte-americana devem ser aproveitados para reduzir o défice orçamental, sublinhando que "um orçamento federal mais sustentável pode apoiar a economia a longo prazo".
O Presidente norte-americano, Donald Trump, apresentou na segunda-feira o orçamento para 2021 que atrasa em cinco anos o regresso ao equilíbrio orçamental, para 2035.
A nove meses das eleições presidenciais, o projeto orçamental baseia-se em previsões de receitas exageradamente otimistas e reduz as ajudas sociais.
A Fed espera também aproximar-se do objetivo de uma inflação de 2% nos próximos meses, depois de se ter afastado dessa meta em finais de 2019.
A próxima reunião do comité de política monetária do banco central dos Estados Unidos terá lugar nos dias 17 e 18 de março.