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Moeda comum em África traz poucas vantagens económicas

A agência de notação financeira Moody's considera que a pertença a uniões económicas e monetárias em África traz pouca ou nenhumas vantagens em termos de benefícios macroeconómicos, havendo, porém, vantagens em termos de política monetária.

Moeda comum em África traz poucas vantagens económicas
Notícias ao Minuto

10:33 - 09/02/20 por Lusa

Economia Moody's

"A pertença à zona do franco CFA ajuda a reduzir as vulnerabilidades externas, mas há pouca evidência de que essa pertença leve a uma convergência institucional ou económica", escrevem os analistas desta agência de 'rating' numa análise às vantagens e desvantagens de pertencer a uma zona económica e monetária em África.

"A pertença às duas uniões monetárias africanas parecem oferecer benefícios macroeconómicos limitados, não havendo evidência clara de que o crescimento do PIB e o desenvolvimento institucional foram mais fortes do que nos países que não são membros", lê-se no relatório.

No entanto, reconhece a Moody's, "os membros da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMAO, na sigla inglesa) e da Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC) têm, de facto, menores vulnerabilidades externas por serem parte de um bloco", beneficiando também de uma taxa de câmbio credível apoiada pelo Governo francês.

O relatório da Moody's surge numa altura em que os países da UEMAO e a França anunciaram a intenção de substituir o franco CFA pelo ECO.

"As uniões monetárias podem reduzir as preocupações dos investidores e o risco de fugas de capital", diz a Moody's, salientando a vantagem de ter uma taxa de câmbio credível e garantida pelo Governo francês.

As mudanças ao acordo de cooperação monetária da UEMAO com a França foram anunciadas pelo Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, a 21 de dezembro, na presença do Presidente da França, a antiga potência colonizadora, vão entrar em vigor quando os acordos forem formalmente anunciados, algo que pode acontecer já este ano, mas ainda sem um calendário definido.

A nova moeda engloba três grandes alterações: mudança do nome, que passará de CFA para ECO; eliminação do depósito de pelo menos 50% das reservas internacionais do BCEAO no banco central francês, e retirada da França dos órgãos de governação das entidades financeiras do UEMAO (conselho de administração, comité de política monetário e comissão bancária regional).

O CFA foi criado em 1945, com o acrónimo a representar as Colónias Francesas de África, tendo depois mudado o nome completo para Comunidade Financeira de África.

O novo acordo monetário com a França mantém a indexação ao euro com o mesmo nível de paridade (ECO655,957 por EUR1), e a garantia de notas continua a ser assegurada pelo Tesouro francês.

Os Estados que compõem a UEMAO são o Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Niger, Senegal e Togo.

O BCEAO é o Banco Central dos Estados da África Ocidental, e é sediado em Dakar no Senegal, de onde serão emitidas as novas notas.

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