Crise e desemprego impulsionam negociações comerciais
O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães, disse hoje em Bali, na Indonésia, que a crise e o desemprego têm funcionado como "um estímulo enorme às negociações comerciais", sendo exemplo disso o facto de a OMC estar agora mais do que nunca perto de alcançar um acordo.
© Reuters
Economia Bruno Maçães
"A crise tem sobretudo conferido um ímpeto enorme às negociações comerciais. Isso é verdade no caso da OMC [Organização Mundial do Comércio], onde estamos mais próximos de um acordo do que estivemos nos últimos dez anos, e é no caso das negociações com os Estados Unidos", destacou, realçando que "negociações comerciais ambiciosas têm efeitos muito positivos no crescimento e no emprego".
O governante falava à Lusa no final do primeiro dia da conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), encarada como decisiva para o futuro da organização e de onde poderá sair o primeiro acordo da entidade fundada em 1995.
O chamado "pacote de Bali", bem menos ambicioso do que o plano desenhado há 12 anos em Doha com o objetivo de reduzir as barreiras comerciais, está a ser debatido no encontro entre os 159 membros da organização, que decorre até sexta-feira, após ter estado a ser discutido entre diplomatas durante dez semanas.
O representante do executivo português acredita que o consenso está muito próximo e assume que "será muito frustrante se isso [o acordo] não acontecer".
Bruno Maçães destacou que Portugal e outros países que exportam sobretudo mercadorias "têm muito a ganhar" com este acordo que deverá facilitar os processos alfandegários, nos quais "se perde muito tempo e muito dinheiro, sobretudo fora da União Europeia".
O secretário de Estado realçou que em breve vão ser anunciadas pela União Europeia reformas para "ajudar e financiar países menos desenvolvidos a desenvolverem estes processos", através, por exemplo, de treino e da criação de mecanismos informáticos nas alfândegas.
Um dos pontos mais sensíveis reside na pretensão dos 46 países em desenvolvimento, que compõem o G33, de aumentarem o limiar dos subsídios governamentais, com vista a alimentar os cidadãos com menos rendimentos a preço reduzido.
O secretário de Estado dos Assuntos Europeus frisou que a medida, cujos detalhes ainda não estão concluídos, terá um caráter provisório e não afetará "diretamente" Portugal.
Para além de Bruno Maçães, o governo português está representado na conferência ministerial da OMC pelo secretário de Estado Adjunto e da Economia, Leonardo Mathias.
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