Portugal quer duplicar em breve valor do comércio bilateral com Marrocos
O ministro português dos Negócios Estrangeiros disse hoje que o Governo quer duplicar, a breve prazo, o valor do comércio bilateral com Marrocos e colocar aquele país na lista dos 10 maiores parceiros comerciais de Portugal.
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Economia Comércio
"Marrocos é, neste momento, o segundo parceiro comercial africano de Portugal - a seguir a Angola - e é o 12º parceiro no total dos parceiros comerciais portugueses", afirmou Augusto Santos Silva, que está a realizar uma visita diplomática àquele país do Norte de África.
"O nosso objetivo é que se aproxime dos 10 primeiros [parceiros comerciais] a breve prazo", avançou o ministro.
Além disso, adiantou Santos Silva, "neste momento, o comércio bilateral Portugal-Marrocos significa praticamente mil milhões de euros por ano", mas o "nosso objetivo é, a médio prazo, duplicar esse valor".
A visita a Marrocos, segundo explicou Augusto Santos Silva, teve um objetivo duplo.
"Em primeiro lugar, é uma boa tradição portuguesa que, no início do seu mandato, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal visite vários países vizinhos e amigos, entre os quais Marrocos".
No entanto, neste caso, "há também um objetivo mais conjuntural que é a preparação da reunião de alto nível, da cimeira luso-marroquina, que este ano se realizará em Lisboa", referiu.
A preparação da cimeira levou o ministro a reunir-se com o primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros marroquinos, mas Santos Silva encontrou-se também com o ministro da Economia daquele país, com o presidente da região de Casablanca -- que representa um terço do PIB marroquino - e com vários empresários portugueses.
"Esta visita teve também uma componente económica muito forte", admitiu.
"A visão que as empresas portuguesas têm da situação em Marrocos é muito boa e assinalam a estabilidade do clima de negócios, a qualidade das instituições e as oportunidades de investimento", contou Santos Silva.
O ministro lembrou que Portugal tem "um projeto muito importante com Marrocos, que é o projeto de uma interligação elétrica, um cabo submarino para os dois países aumentarem o seu comércio de energia", mas esse não é o único interesse económico em comum.
"Há áreas da economia marroquina onde há interesses" mútuos, disse, avançando com alguns exemplos.
"Marrocos é, neste momento, um dos principais produtores mundiais de automóveis - 700 mil veículos por ano -- e Portugal é um dos principais produtores europeus de componentes e peças para automóveis. A complementaridade entre as duas economias é evidente", nomeou.
Um segundo exemplo surge na área do turismo.
"O número de turistas marroquinos em Portugal tem aumentado e tem aumentado também o investimento em alguns dos principais grupos hoteleiros portugueses em Marrocos", disse, acrescentando que os restantes casos são a área do têxtil, na qual os dois países pretendem modernizar-se, e a da energia, onde os dois países visam a "incorporação de energias renováveis no 'mix' energético total".
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